Imbatível: Petrúcio Ferreira é ouro e quebra recorde dos 200m no Mundial de Londres

Aos 20 anos, Petrúcio baixou seu próprio recorde mundial para 21s21 - a antiga marca era de 21s49, estabelecida por ele em abril de 2015




FonteCPB - Comitê Paraolímpico Brasileiro

Petrucio Ferreira vence os 200m T47. Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CPB

Petrúcio Ferreira conquistou nesse sábado, 22, a sua segunda medalha de ouro no Mundial de Atletismo Paralímpico de Londres. O velocista paraibano faturou o título dos 200m T47 (amputados de braço) e estabeleceu um novo recorde mundial para a prova.

É a sétima láurea dourada do país, que totaliza 20 medalhas na competição até o começo da tarde (no Brasil) deste sábado, 22, no Estádio Olímpico. O evento se encerra neste domingo, 23.

Aos 20 anos, Petrúcio baixou seu próprio recorde mundial para 21s21 – a antiga marca era de 21s49, estabelecida por ele em abril de 2015. A exemplo do que ocorreu nos 100m, ele teve companhia de outro brasileiro no pódio. Yohansson Nascimento ficou com a prata, ao cruzar a linha de chegada em 21s96. A terceira posição da prova ficou com o polonês Michael Derus, que registrou 22s08.

O paraibano de São José do Brejo do Cruz, no sertão do Estado, não teve uma boa largada, mas teve uma recuperação incrivel ainda na curva e já chegou nos últimos 100m com sobras para bater o recorde mundial. A tranquilidade foi tamanha que ele cruzou a linha de chegada olhando e apontando para o crônometro do estádio.

O relógio oficial da competição registrou, inicialmente, a marca de 21s22. Petrúcio chegou até a posar ao lado do cronômetro com este tempo, no entanto, foi logo corrigido para 21s21. Nenhum atleta foi mais rápido que o paraibano neste Mundial de Atletismo Paralímpico, na já mítica pista do Estádio Olímpico de Londres, sede dos Jogos Paralímpicos de 2012.

Foi a terceira prova que Petrúcio participou neste Mundial. No sábado, 14, segundo dia de disputas, ele teve performance idêntica nos 100m. Foi campeão e estabeleceu recorde mundial na classe T47 com 10s53 – superando a antiga marca, dele mesmo, de setembro de 2016, que era 10s57. Já na quinta-feira, ele teve um dissabor na prova dos 400m, ao ser eliminado após queimar a largada.

Em ambas as vezes que foi ao pódio neste Mundial, Petrúcio teve a companhia inseparável do alagoano Yohansson Nascimento. Diferentemente do paraibano, Yohansson disputou duas provas – medalhou em ambas (100m e 200m). sempre em segundo lugar, desbancando o polonês Michal Derus, uma verdadeira pedra no sapato de Yohansson até os Jogos do Rio 2016. Agora, em Londres, Yohansson não deu chances para o atleta da Polônia e o superou nas duas oportunidades que o encontrou.

“Eu estava me sentindo muito bem, absolutamente bem treinado, mas não imaginava que poderia ser tão veloz quanto fui hoje. A queima da largada nos 400m me deixou chateado, mas me motivou para voltar aqui e dar o meu melhor nesta prova. Estou feliz demais com esse resultado e de estar representando bem o nosso país junto com o Yohansson”, disse Petrúcio, que sofreu um acidente com uma máquina de moer capim aos dois anos de idade e perdeu parte do braço esquerdo.

“Não tem como estar mais satisfeito, não tinha como haver resultado melhor do que ter dois brasileiros no topo do pódio. Com mais essas conquistas, chego a dez medalhas em Campeonatos Mundiais, então só quero ir para casa para descansar um pouco e continuar o trabalho porque até 2020 eu e o Petrúcio vamos dividir muitos pódios mundo afora”, afirmou Yohansson, dono de três ouros, cinco pratas e dois bronzes em Mundiais.

Patrocínio

A equipe brasileira de paratletismo tem patrocínio das Loterias da Caixa e da Braskem.

Time São Paulo
O atleta Yohansson Nascimento é integrante do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo que beneficia 56 atletas e nove atletas-guia de 10 modalidades.