Temer e Cunha tramavam golpe em Dilma diariamente, afirma delator

A afirmação consta de um dos anexos da colaboração do corretor, já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na qual ele descreve a relação com a cúpula do PMDB




FonteEstadão

Temer é acusado pela PGR de ser o chefe do quadrilhão do PMDB. Foto Valter Campanato/Agência Brasil

O corretor Lúcio Funaro disse em sua delação premiada que, na época do impeachment, o então vice-presidente Michel Temer tramava “diariamente” a deposição de Dilma Rousseff com o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). De acordo com notícia publicada no blog de Fausto Macedo, do Estadão, a afirmação consta de um dos anexos da colaboração de Funaro, já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na qual ele descreve a relação com a cúpula do PMDB e nomeia os “operadores” de Temer em supostos esquemas de corrupção.

Conforme Funaro, Cunha sempre foi o arrecadador de propinas para o chamado “quadrilhão” do PMDB, enquanto Temer atuava no núcleo político, viabilizando interesses de empresas que pagavam subornos ao grupo. Funaro afirmou que a relação de Cunha e Temer oscilava, dependendo do “momento político”. “Na época do impeachment de Dilma Rousseff, eles confabulavam diariamente, tramando a aprovação do impeachment e, consequentemente, a assunção de Temer como presidente”, exemplificou o corretor num dos trechos do anexo.

Sobre o conteúdo da delação, a defesa de Eduardo Cunha, preso em Curitiba, afirmou que “enquanto não for levantado o sigilo, a defesa de Eduardo Cunha não comentará os supostos termos de delação”.