Serviço público agoniza no Governo Temer, apontam sindicatos

Dia Nacional de Lutas e Paralisações contou com atos de diversas categorias de servidores públicos em todo Brasil





Cortes drásticos na Educação Pública (R$ 4,3 bi), Ciência e Tecnologia (R$ 2,5 bi) e Desenvolvimento Social (R$ 2,2 bi) foram denunciados. Foto: Julio Carignano

O desmonte do serviço público motivou uma série de mobilizações na quinta-feira (14) pelo Brasil. A data batizada de Dia Nacional de Lutas e Paralisações contou com atos de diversas categorias do funcionalismo público. Em Curitiba, um ato aberto ao público foi realizado no pátio da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) com a presença de trabalhadores das áreas da segurança, saúde e educação. Devido à mobilização, não houve expediente na reitoria e cursos das áreas de Humanas paralisaram as aulas.

Cortes drásticos na Educação Pública (R$ 4,3 bi), Ciência e Tecnologia (R$ 2,5 bi) e Desenvolvimento Social (R$ 2,2 bi) foram denunciados, assim como as medidas sancionados por Michel Temer que afetam diretamente serviços públicos como a PEC 55 que congela investimentos sociais e a lei das terceirizações.  “A paralisação foi um chamado do Fórum Nacional dos Servidores Públicos com o caráter de denunciar o desmonte do serviço público”, esclareceu Máximo Colares, enfermeiro do Hospital das Clínicas e coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais do Ensino Superior do Paraná (Sindtest-PR).

A conjuntura de contingenciamento nas universidades federais, cortes de programas importantes como o PIBID, ameaças a instituições como a Universidade de Integração Latino Americana (UNILA) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), falta de pagamento de trabalhadores terceirizados estiveram em debate. “O 14 de setembro é um chamado contra o desmonte do Estado que representa um projeto maior que é o projeto neoliberal. Estamos sob ataque aos serviços públicos, ao direito à saúde, educação, segurança. Temos a precarização de relações de trabalho com a reforma trabalhista e a ameaça à nossa proteção social com a reforma da Previdência”, alertou Sandra Mara Alessi, professora do Departamento de Enfermagem da UFPR.

O movimento estudantil se somou à luta dos trabalhadores das universidades. Os estudantes dos cursos de Letras, História e Ciências Sociais paralisaram as aulas. “Estamos pagando por uma crise que não é nossa, é dos grandes empresários e dos bancos”, afirmou Amarilis Ferreira, acadêmica de Letras da UFPR, alertando para o reflexo da medida de contingenciamento do governo federal na UFPR.  Os acadêmicos também estão em estado de mobilização diante do anúncio do aumento no preço do restaurante universitário, que passará de R$ 1,30 para R$ 4,50.

A segurança pública é outra área que sofre com as atuais medidas do governo federal. Congelamento de salários, aumento da alíquota previdenciária e verbas destinas às instituições policiais estão entre elas. “Nem mesmo no governo FHC, quando perdemos diversos direitos, fomos tão agredidos como agora”, afirmou Sidnei Nunes de Souza, presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Paraná (SINPRF-PR). Para o policial, o Governo Temer busca convencer a população que o desequilíbrio fiscal é culpa da folha de pagamento do servidor público e assim justificar “pacotes de maldades” contra o funcionalismo.  “É uma tentativa de nos demonizar”, completou.