Cortando direitos e investimentos sociais, Temer não sai da margem de erro, avalia Gleisi

Para petista, Senado Federal adotou agenda dos ricos, se esquecendo da população





Da tribuna, Gleisi criticou medidas que aprofundam a desigualdade social. Foto: Alessandro Dantas/AGPT

Em pronunciamento na sessão plenária desta terça-feira (19), a senadora Gleisi Hoffmann (PT) criticou os gigantescos cortes no orçamento de 2018 propostos pelo governo de Michel Temer. Ela atribui a péssima avaliação dele nas pesquisas aos cortes de recursos em investimentos, em educação, saúde e em função do congelamento orçamentário. “Estamos vendo o orçamento da República não dar conta dos serviços. Destruir é fácil, em um ano e meio de golpe”, disse a senadora. De acordo com os resultados da 134ª pesquisa da CNT/MDA, divulgada hoje, apenas 3,4% dos entrevistados disseram aprovar o governo ilegítimo de Temer. “Não sai da margem de erro”, concluiu a senadora.

O povo paga a conta
No Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e no programa de Segurança Alimentar, o corte orçamentário chega a 90% em relação aos recursos alocados no ano anterior, que já eram inferiores aos volumes destinados a essas políticas públicas pelos governos de Lula e Dilma. “Os senhores teriam coragem de cortar seus salários em 90%?”, questionou Gleisi. “Quem sabe a gente passar um pouco de fome aqui, a gente aprenda a não dar sustentação a um governo como esse”, criticou.

Gleisi alertou para a responsabilidade que recai sobre os ombros de senadores quando apoiam medidas que aprofundam as desigualdades, a fome e a miséria no País. “Quem apoia esse governo está apoiando a fome e a morte do povo brasileiro”, disse a senadora. “Para cada pessoa que passa fome no Brasil, para cada universidade que não consegue pagar suas contas e para cada centavo que deixa de ser investido, essa Casa tem responsabilidade. É uma vergonha!”, destacou.

A senadora paranaense ainda criticou o fato do Senado Federal representar apenas os interesses de uma pequena parcela da população, ou seja, da elite branca brasileira, gente que tem dinheiro, que não passa necessidades, que não precisa de governo para sobreviver e que sequer paga seus impostos. “Representa a mentalidade dos ricos. 80% do povo brasileiro não está na classe social que esta Casa representa”, disse. Para retomar a capacidade do povo de decidir o destino do País, a senadora paranaense defende a renovação do Congresso Nacional por meio de eleições gerais e também de eleições diretas.

Lula lá
A mesma pesquisa CNT/MDA consagra a liderança do ex-presidente Lula em todas as simulações com ele na corrida presidencial. “O povo tem memória. Sabe quem fez por ele”, afirmou Gleisi, e chama a atenção para a preferência popular mesmo diante de tantos ataques a sua imagem e das perseguições sofridas por Lula. “Sai pesquisa e o povo está com Lula. Enquanto que os arautos da moralidade e do golpe ficam lá atrás, na lanterna”, provocou.