Mulheres se reúnem em grupo para produzir alimentos sem veneno

Coletivo de mulheres do Assentamento Maria Lara, no Norte do Paraná, vendem alimentos nas feiras e para merenda escolar





Foto: Leandro Taques

Franciele Petry Schramm, do Brasil de Fato

Alface, milho, cenoura e repolho são alguns dos alimentos produzidos pelas mulheres do assentamento Maria Lara, na cidade de Centenário do Sul, no norte do Paraná. Desde junho deste ano, 16 agricultoras se organizam no Coletivo de Mulheres do assentamento da Reforma Agrária para produzir alimentos saudáveis e sem veneno. O resultado do trabalho do coletivo pode ser conferido na 16ª Jornada de Agroecologia, no espaço ‘Culinária da Terra’. O evento vai até sábado (23), na cidade da Lapa, no Paraná.

A agricultora Teresa de Oliveira Camargo conta que essa é uma forma de as famílias conseguirem gerar renda e avançar na produção agroecológica. “As famílias foram assentadas totalmente sem recurso. E aí é uma luz no fim do túnel que elas tão enxergando”, fala.

A maior parte dos alimentos cultivados pelo coletivo é comercializada em feiras de orgânicos, como na cidade de Londrina. Outra parte é destinada para a merenda de escolas, através do Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Mas Teresa lembra que os ganhos do Coletivo de Mulheres vão muito além dos financeiros: está também em uma alimentação mais saudável. “A gente produz um alimento sem agrotóxico para a feira e para a merenda, e come o que sobra. Se você tem uma alimentação saudável você tem uma saúde boa”.

Culinária da Terra

Os alimentos colhidos pelo coletivo de mulheres também dá origem a outros produtos: geleias, conservas, licores e até vinagre de milho, feito de forma artesanal. “Essa daqui tem fermentação natural, não tem química”, destaca.

No espaço da Culinária da Terra, na Jornada de Agroecologia, o coletivo de mulheres do assentamento é responsável por uma das oito cozinhas que foram montadas no local. Ali expõem alguns dos itens fabricados pelo grupo, enquanto cozinham. Os sucos que mesclam frutas típicas da região com chás – como o suco de hortelã com sálvia – são sucesso na Jornada.  “São feitos com o que a gente trouxe do assentamento”, conta Teresa.

O agricultor Leonardo Xavier, que provou o suco de Hortelã com sálvia, provou e gostou da qualidade e da ideia da bebida. “É bem interessante usar plantas de uso medicinal para gente tomar não só quando está doente, mas também quando está saudável. É fazer da comida o seu remédio”, aprova.