Um levantamento feito pelo Paraná Pesquisas a pedido da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) revela que os paranaenses rejeitam o governador Beto Richa (PSDB) e o presidente Michel Temer (PMDB). Por outro lado, enquanto o presidente vê sua avaliação piorar no estado, o governador tem ligeira melhora nos índices de aprovação. A pesquisa foi realizada entre os dias 7 e 11 de setembro. Nesse período, Temer sofria com a hipótese da segunda denúncia feita pelo ex-procurador-geral, Rodrigo Janot. Já Beto Richa era envolvido nas denúncias da Operação Quadro Negro, além de ser citado em depoimento do empresário Joesley Batista, que afirmou pagar propina ao governador.

A pior avaliação é do presidente Michel Temer, seguindo a tendência nacional. De agosto de 2016 para setembro de 2017, ele viu sua reprovação dobrar no Paraná. Seus números negativos saltaram de 45,6% para 81,3%. Por outro lado, a quantidade daqueles que aprovavam Michel Temer caiu de 46,4% para 15,4% no último ano.

Os números são péssimos para Temer independente do sexo (79,1% para homens e 83,3% para mulheres) da faixa etária, da formação e da classe social. Temer é rejeitado por 77,5% daqueles que estão nas classes A e B. Já nas classes D e E, o número é de 76,4%.

Avaliação negativa de Temer no Paraná triplicou . Foto: Beto Barata/PR

Os dados são reflexo da sensação de que o Brasil piorou desde que Dilma Rousseff (PT) deixou o poder. Um dos argumentos para seu impeachment era a esperança na melhoria econômica do país. Em agosto de 2015, 91% dos entrevistados acreditavam que o Brasil vivia crise econômica. Já em setembro de 2017, esse percentual ficou em 89,9%. A descrença se confirma na pergunta “a administração do Presidente Michel Temer está indo melhor, pior ou igual ao que o Sr(a) esperava?”. Em agosto de 2016, 23,6% já diziam que estava melhor e apenas 20,6% diziam que estava pior. Agora, após as denúncias de corrupção e a estagnação econômica, apenas 8,1% perceberam alguma melhoria. Já a piora chegou a 60% dos entrevistados. Segundo os dados da pesquisa, a situação financeira piorou para 39,2% dos paranaenses. Sendo que permaneceu como estava (ruim) para 53,9% dos entrevistados em setembro de 2017.

No âmbito estadual, o governador Beto Richa teve pequena melhora em seus números. O governador era reprovado por 72,8% dos entrevistados em agosto setembro de 2015. Esses números refletiam bastante o massacre de 29 de abril e o confronto com os servidores estaduais. Dois anos depois, a reprovação do tucano ainda é maioria entre os paranaenses. No entanto, recuou para 58,3% de negativo.

Governador Beto Richa durante encontro com o Presidente Michel Temer. Foto: Romério Cunha/Vice-Presidência da República

Já o número dos que aprovam o governo de Beto Richa saltou de 24,5% de setembro de 2015 para 37,8% em setembro de 2017. A avaliação do governador, inclusive, cresceu 5,4% nos últimos seis meses. Dentro desse período está a denúncia de que o tucano estaria envolvido em corrupção na operação Quadro Negro. O delator Eduardo Lopes de Souza, dono da Valor Construtora, disse que se reuniu com o governador e que pagou propina de R$ 12 milhões para seu grupo político.

Nessa époica Beto Richa também apareceu na gravação da JBS. Em um dos áudios, Joesley Batista afirma que “Beto Richa… Pegou tudo em dinheiro”. O áudio se tornou público no dia 5 de setembro, dois dias antes do início da pesquisa.

A população paranaense continua rejeitando a administração do governador, mas em escala menor. Em 2015, quase dois terços consideravam ruim o governo de Beto Richa. Agora, são 46,9% que avaliam negativamente sua administração. A parcela de apoio subiu para 10,6%.

Para os pesquisados, o “governo mediano” de Richa é reflexo do mal atendimento na saúde (31,8%), da segurança pública (16,1%) e da educação (14,3%). A corrupção foi apontada por apenas 6,7% dos entrevistados como principal problema do estado. Índice que se manteve estável no último ano.