Secretária não esclarece dúvidas sobre reformulação do sistema de saúde

Em prestação de contas, Márcia Huçulak defendeu a inclusão de OSs (Organizações Sociais) na gestão da rede municipal





A secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak, esteve nesta terça-feira (26/9), na Câmara de Vereadores, para prestar contas do segundo quadrimestre de 2017. Na audiência pública, a gestora da pasta respondeu questionamentos dos vereadores sobre investimentos no setor, segurança das unidades e a gestão dos servidores, porém seguem as dúvidas sobre o “novo modelo” de saúde que vem sendo anunciado pela administração municipal.

Essa reformulação do sistema segue sendo uma incógnita, na opinião do Sismuc (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba), uma vez que não foi debatido com a população e com os servidores públicos. “Toda vez que se discutiu mudanças do modelo de atenção à saúde aconteceram debates, conferências e participação da população” afirma a servidora da saúde e coordenadora do Sismuc, Irene Rodrigues, que acompanhou a prestação de contas.

A secretária admitiu que não há planejamento da pasta em relação ao déficit do quadro funcional de servidores da área. A saúde já teve mais de 7 mil servidores e hoje conta com um efetivo de 6.711 trabalhadores, número que deve diminuir ainda mais devido as aposentadorias e a ausência de concursos públicos. Por estar em debate a mudança de modelo, Márcia Huçulak afirmou não ter resposta à questão.

A secretária defendeu a inclusão de OSs (Organizações Sociais) na gestão da rede municipal, começando pela UPA da CIC. A justificativa seria a estimativa de redução de 25% do custo de operação com a implementação das OSs. Para Irene Rodrigues, mais do que a simples gestão das Organizações Sociais, esse debate envolve a forma de atendimento e o jeito de fazer saúde.

Entre os poucos esclarecimentos sobre a reformulação do modelo, a secretária falou que a administração pretende fazer alterações no programa Saúde da Família. “Não dá para manter uma equipe com fisioterapeuta, farmacêutico, nutricionista só fazendo orientação. É importante, mas tem que botar [a equipe] para atender o povo”, disse Márcia.

Sobre investimentos, a gestora afirmou a pasta está sem recurso para investimentos neste ano, nem previsão para aplicação das emendas parlamentares aportadas na Saúde ano passado. Já em relação à segurança nas unidades, Marcia citou que os atrasos em pagamentos com a G5 (empresa responsável pela segurança) impossibilitaram uma cobrança maior de um serviço adequado. Situação que segunda ela estaria contornada com a mudança do gestor do contrato.