Trabalhadores se concentram na Eletrobras para ato em defesa da soberania

No Rio, dirigentes sindicais denunciam Petrobras "jogada às traças" e "entreguismo" do governo Temer, que promove a venda de ativos públicos ao capital estrangeiro




FonteRBA

Movimentos em defesa da soberania nacional. Foto: Comunicação MAB

Trabalhadores de diversas categorias e militantes de movimentos sociais começam a se concentrar em frente à sede da Eletrobras, no centro do Rio de Janeiro, onde farão ato em defesa das empresas públicas e da soberania nacional. A manifestação deve se deslocar pela região central, com paradas previstas diante do BNDES e da sede da Petrobras, cujo decreto de criação, editado por Getúlio Vargas, completa 64 anos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará.

Com grande presença dos petroleiros e integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que realiza um encontro nacional na capital carioca, eles devem se unir a funcionários públicos, estudantes e demais integrantes das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, em caminhada até a sede da Petrobras, também na região central da capital carioca.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, as privatizações já realizadas e outras anunciadas pelo governo Temer pretender fazer o país recuar à condição de exportador de produtos primário e dependente do mercado externo. “Estamos aqui para defender a soberania nacional, defender nossas empresas e impedir que esses golpistas e entreguistas vendam nossas terras, nossas riquezas, nossa água, a nossa Amazônia”, disse Vagner.

O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, o presidente da CUT ressaltou que a Petrobras está “sendo jogada às traças, os estaleiros estão parados”, e destacou que a política de política de conteúdo local, que previa o fortalecimento dos setores industriais ligados ao petróleo, vem sendo abandonada pelo governo Temer.

Rangel afirmou que foi a presença do Estado, com a participação dos bancos públicos e empresas estatais, que garantiu a superação da crise internacional que eclodiu em 2007. “Naquele momento, o povo sentiu muito menos os impactos da crise. É o que a gente não vê hoje. O estado, em vez de investir, está tirando e vendendo nosso patrimônio”.

Já o diretor de Relações Internacionais da FUP, João Antônio de Moraes, comparou o atual governo a uma “tropa de ocupação estrangeira”, por conta do processo de privatização levado à cabo pelo governo Temer que, na semana passada, leiloou quatro usinas hidrelétricas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), uma delas vendida a uma empresa estatal chinesa. “As empresas estrangeiras vão atuar de acordo com os interesses do povo brasileiro ou de acordo com os interesses dos chineses?”, provocou.