Chavismo vence em 17 estados venezuelanos

PSUV, partido de Maduro, conseguiu recuperar o estado de Miranda, tradicional reduto da direita





Celebração da vitória em Petare, Miranda. Foto: AVN/Telesur

Dez semanas após o êxito na eleição da Assembleia Nacional Constituinte, em 30 de julho, o chavismo deu nova demonstração de força na Venezuela nas eleições regionais neste domingo (15). O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), partido do presidente Nícolas Maduro, obteve vitória em 17 estados contra cinco dos oposicionistas da Mesa de Unidade Democrática (MUD). De quebra, a esquerda conseguiu recuperar o estado de Miranda, tradicional reduto da direita governado por Henrique Capriles, candidato à presidência por duas vezes e principal voz da oposição no país.

Os candidatos governistas obtiveram 54% frente à 45% dos opositores. A eleição deste domingo, 22ª em 18 anos de chavismo, contou com a participação de cerca de 10 milhões de votantes, uma adesão de 61,4% de participação, recorde nas eleições de governadores e governadoras, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Até então a maior participação tinha acontecido em 2012 com 53,9%. Com 95,8% das urnas apuradas até o fechamento desta matéria, o resultado já é irreversível, faltando apenas a definição do estado de Bolívar.

O êxito mais comemorado pelos chavistas foi em Miranda, reduto de Capriles. Segundo o CNE, o governador eleito Héctor Rodríguez obteve 52,54% dos votos contra 45,92% do candidato da oposição, Carlos Ocariz. “Alguns diziam que o chavismo estava morto. O chavismo está mais vivo do que nunca. Segue sendo o futuro deste páis”, declarou o Rodríguez, logo após a confirmação de sua vitória.

Felicitando os 10 milhões de venezuelanos que foram às urnas, o presidente Nícolas Maduro destacou que as eleições foram “um triunfo da paz e da democracia no país”. Ele acrescentou que o pleito é o caminho para o debate de ideias. “O caminho não é queimar pessoas, queimar cidades, não é matar, não é a violência, não é a guerra econômica aumentando o preço dos produtos para as pessoas”, disse Maduro ao canal de televisão Telesur. O presidente acrescentou que a “vitória do chavismo é uma proeza moral e política do povo venezuelano que resiste aos ataques da oligarquia que busca o intervencionismo nos Estados Unidos na Venezuela”.

Oposição

Logo após o anúncio da CNE, a oposição declarou que denunciará o pleito às organizações internacionais. Acusando o CNE de estar “alinhado ao chavismo”, os opositores afirmaram não reconhecer o resultado do pleito. “Não reconhecemos os resultados anunciados pela CNE”, declarou Gerardo Blyde, chefe de campanha da MUD, em coletiva à imprensa. Desde o início da campanha, o grupo questiona o pleito, denunciando eventuais complicações para seu eleitorado e inabilitação de candidatos. Ainda que tenha conquistado dois estados a mais, passando do comando de três para cinco estados, a oposição decepcionou-se com o pleito, pois acreditava que avançaria em mais regiões.

O presidente Maduro, por outro lado, disse que reconhece o resultado eleitoral “Como fazemos sempre”, para os estados conquistados pela MUD e afirmou que vai solicitar a Assembleia Nacional Constituinte auditoria do processo.