Em Toledo, MP recomenda anulação de título ao ministro Ricardo Barros

No dia 6 a Câmara de Toledo votará título de Cidadão Honorário ao governador Beto Richa.





Ministro Ricardo Barros. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério Público de Toledo, no Oeste do Paraná, solicitou a anulação da votação da Câmara de Vereadores que concedeu, no dia 16 de outubro, o título de Cidadão Honorário ao ministro da Saúde Ricardo Barros (PP). A recomendação foi acatada pelo legislativo por não ter sido cumprido o regimento interno da casa de leis. A aprovação só seria válida se pelo menos dois terços dos 19 parlamentares da cidade tivessem votado a favor. Neste caso, apenas 10 vereadores foram favoráveis ao título ao ministro, enquanto oito foram contra.

Votaram a favor da honraria os vereadores Airton Savello (PTB), Olinda Fiorentin (PPS), Edmundo Fernandes (PRB), Valtencir Careca (PP), Vagner Delabio (PSD), Walmor Lodi (PR), Gabriel Baierle (PTB), Luis Fritzen (PP), Leornardo Moura (PSL) e Neudi Mosconi (PSDB). Foram contra Albino Corazza (PDT), Marli do Esporte (PCdoB), Marcos Zanetti (PDT), Marly Zanete (PSL), Antonio Zóio (PSL), Leoclides Bisognin (PMDB), Ademar Dorfschmidt (PMDB) e Genivaldo Paes (PDT).

Quem também terá dificuldade para ser agraciado com o título de Cidadão Honorário de Toledo é o governador Beto Richa (PSDB). A primeira tentativa bateu na trave. A sessão no dia 9 de outubro que debatia a honraria foi cancelada após uma sessão tumultuada de mais de sete horas de duração. Na oportunidade, professores, funcionários de escolas, sindicatos e integrantes do Observatório Social fizeram protesto na Câmara contra a concessão do título. Sem consenso, a votação foi adiada para 6 de novembro.

Manifestantes levaram cartazes apontando as investigações aos quais Beto Richa é réu no Superior Tribunal de Justiça, como a Operação Publicano (corrupção na Receita Estadual), Lava Jato (Odebrecht) e Superaqui (licenças ambientais). Além disso, os servidores protestaram contra as recentes medidas do governador que congelou salários e investimentos. Na oportunidade a vereadora Marli do Esporte (PcdoB) classificou como absurda a concessão do título à Beto Richa, afirmando que o governador não era digno de tal honraria. “Não podemos aceitar que nossa cidade homenageie políticos que são alvos de investigação por corrupção”.

Sessão no dia 9 que votaria título à Beto Richa foi interrompida por protestos. Foto: Rosselaine Giordani