Reforma trabalhista vai prejudicar os sindicatos e os trabalhadores

As negociações coletivas ficarão cada vez mais complicadas




FonteFlávio Augusto Laginski - SindijorPR

Não basta reduzir os direitos dos trabalhadores. A reforma trabalhista vem para enfraquecer justamente quem luta pela categoria: os sindicatos. As negociações coletivas ficarão cada vez mais complicadas. Em tempos recentes, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) encarou uma longa negociação com os patrões, que chegaram a oferecer zero por cento de reposição. Há o receio de que este cenário vire regra daqui para frente.

Para detalhar todas as mudanças e apontar como enfrenta-las, o SindijorPR e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná promovem, no dia 11 de novembro, um seminário com advogados trabalhistas e economistas que vão tirar dúvidas da categoria sobre a reforma. A atividade será às 09 horas, na sede do SindijorPR (Rua José Loureiro, 211, Centro). Para se inscrever clique aqui.

O diretor-presidente do SindijorPR, Gustavo Vidal, explica o que a reforma vai trazer para os sindicatos. “O jornalista vai ficar desassistido pelo SindijorPR na hora da rescisão contratual, pois, com a mudança, não haverá a obrigatoriedade de isso ser feito no sindicato, retira a obrigação de pagamento no momento da homologação da rescisão do contrato de trabalho, entre outros pontos. Reitero mais uma vez: a reforma trabalhista só vem para prejudicar a nossa e todas as outras categorias”, salienta.

Uma preocupação levantada por Vidal é a da dificuldade e redução do poder de pressão e negociação que os sindicatos terão pela frente. Com toda esta retirada de direitos, o trabalho será complicado. “A criação de representação de trabalhadores nas empresas sem que eles tenham vínculo com o sindicato vai fazer com o poder de negociar que compete ao sindicato seja retirado deste. Com isso, a categoria poderá ficar sujeita a acordos coletivos, mesmo sendo prejudiciais, que prevaleçam sobre as convenções coletivas”, comenta.

Para o diretor de comunicação do SindijorPR, Julio Cesar Carignano, a saída para combater esta reforma é uma só. “É preciso fortalecer o sindicato. Do contrário, temo que muitas de nossas conquistas, como piso salarial, carga horária, entre outras, possam ficar apenas na memória de quem escolheu ser jornalista. Não queremos que nosso trabalho seja rebaixado a um ‘bico’. Queremos e exigimos respeito”, conclui.