Rebelião na penitenciária de Cascavel deixa feridos

Sindicato aponta déficit de 1.600 agentes penitenciários no Paraná




FonteSindarspen

A rebelião que acontece desde a tarde desta quinta-feira (9) na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC) mais uma vez expõe a gravidade da falta de segurança com que trabalham os agentes penitenciários no Paraná.

Um agente penitenciário e dois agentes de cadeia foram feitos reféns. Um dos agentes temporários foi resgatado no final da tarde pelo Setor de Operações Especiais do DEPEN (SOE) com graves ferimentos na cabeça e no rosto. Já há confirmações de que os dois trabalhadores que ainda estão com os detentos também estão gravemente feridos.

Falta de efetivo e ausência de automação nas unidades são os maiores problemas enfrentados pelos servidores.

A PEC tem cerca de 1000 presos para 40 agentes por plantão (entre agentes penitenciários e agentes de cadeia temporários), dando um número de 25 presos por trabalhador, quando o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária preconiza que a proporção seja de 5 presos para cada agente.

A estimativa é de que em todo o Paraná haja um déficit de cerca de 1.600 agentes penitenciários. Em julho deste ano, expirou o último concurso realizado para a categoria, havendo 1.200 aprovados aguardando convocação.

Apesar de ter passado por uma grande reforma recentemente, a PEC não conta com um sistema automatizado e a abertura das celas e galerias ainda acontece de forma manual. Em 2014, a Penitenciária Estadual de Cascavel foi palco de uma das mais sangrentas rebeliões do estado, que terminou com cinco presos mortos e dois agentes mantidos reféns por 45 horas.

A falta de segurança é potencializada quando o governo deixa de cumprir também suas obrigações na execução penal, deixando de garantir, por exemplo, defensores públicos nas unidades e oferecendo uma comida de péssima qualidade aos presos.

O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná vem mais uma vez se manifestar publicamente contra o descaso com o sistema penitenciário no Paraná e conclama toda a sociedade para pressionar o governo do Paraná por mais atenção para essa situação.

O que acontece nos presídios tem reflexos na segurança de toda a população. Precisamos estar todos atentos.