“Estão comprando votos para aprovar uma reforma que o povo não quer”

Ato contra o fim da aposentadoria reuniu movimentos sociais no centro de Curitiba nesta terça-feira (5)





Foto: Gibran Mendes

Representantes dos movimentos sociais participaram nesta terça-feira (5) de um ato contra o fim da aposentadoria. A mobilização, que aconteceu em 25 estados do Brasil, foi um recado para o Governo Federal: se a votação da Reforma da Previdência for marcada o Brasil vai parar.

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O secretário de comunicação da CUT Nacional, Roni Barbosa, afirmou que Michel Temer avalia a liberação de mais R$ 3 bilhões para o municípios. Contudo, o repasse destes recursos estariam condicionados a aprovação da Reforma da Previdência. “Estão comprando votos no Congresso Nacional para aprovar uma reforma que o povo não quer”, afirmou ao se referir a pesquisa CUT/Vox Populi que apontou que 85% da população brasileira é contrária à reforma.

“Temer e Meirelles (Ministro da Fazenda) falam em sacrifícios na saúde, educação, direitos trabalhistas e na aposentadoria. Mas arrumam R$ 3 bilhões para aprovar Reforma da Previdência”, completou.

A Reforma da Previdência é um dos grandes motes da gestão de Temer. Contudo, há uma grande dificuldade em levar a proposta para votação em plenário no Congresso pela grande rejeição da população. O objetivo era que o projeto fosse apreciado na Câmara Federal nesta quarta-feira (6), contudo, a pressão popular e a indecisão dos deputados levou o projeto a ser retirado de pauta.

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O governo federal agora articula com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que a votação aconteça na próxima semana. “Se votar, o Brasil vai parar”, avisou o secretário-geral da CUT Paraná, Márcio Kieller. Para ele o momento é de unidade na classe trabalhadora. “É preciso uma forte mobilização da classe trabalhadora, a partir das centrais, dos sindicatos e dos movimentos sociais, para barrar mais esse retrocesso imposto pelo governo ilegítimo de Michel Temer”, completou.

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O presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, avalia que as mudanças no sistema previdenciário, caso ocorram, devem estar direcionadas ao andar de cima. “É sobre o grande capital, sobre as grandes empresas e não para aqueles que vivem do seu trabalho e já contribuem para sua própria segurança previdenciária”, argumentou.

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Já a vice-presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marlei Fernandes, propõe uma reflexão sobre os privilégios que a propaganda de Temer está focando. “Se essa contrarreforma da previdência é tão boa por que os deputados estão fora dela? Por que os magistrados foram retirados? Significa que ela não é justa. Não é boa para a maioria da população. Nós continuamos e vamos continuar na resistência”, avisou.