Onda de violência após decisão de Trump sobre Jerusalém deixa mortos na Faixa de Gaza

Secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, afirmou que transferência da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém levará pelo menos dois anos para ser realizada Imprimir




FonteOpera Mundi

Foto: Israel Border Police

Pelo menos dois palestinos morreram e 217 ficaram feridos nesta sexta-feira (08/12) durante confrontos com o Exército israelense em protesto contra a política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para Jerusalém. De acordo com o Crescente Vermelho Palestino, 162 pessoas foram atingidas por gás lacrimogêneo, 45 por balas de borracha e sete por armas de fogo na Cisjordânia.

Segundo o balanço, em Gaza há dois manifestantes mortos e 15 feridos. De acordo com o Ministério da Saúde, um deles, palestino, foi morto durante os confrontos com o Exército israelense próximo à Faixa de Gaza. Além disso, segundo a imprensa local, os médicos estão tratando de 250 feridos. Confrontos entre palestinos e as forças de segurança também foram registrados em Belém.

A tensão ocorre no final das preces de sexta-feira, dia da principal oração da semana dos muçulmanos. Na última quarta-feira (06/12), Trump anunciou uma histórica e polêmica decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e afirmou que mudaria a embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para lá. Desde então, a violência tomou conta da cidade, além da Cisjordânia e Faixa de Jerusalém é uma cidade sagrada para várias religiões. Por isso, as Nações Unidas e a diplomacia mundial apoiam que o local tenha um “status” internacional, apesar de israelenses e palestinos reivindicarem a posse do município. Na quinta-feira (07/12), o Hamas, movimento islâmico com atuação política e um braço armado, convocou uma nova intifada, termo usado para se referir à revolta palestina contra a política do governo de Israel.

Segundo o grupo, esta sexta é chamada de “dia da raiva”, que é o primeiro dos “três dias de fúria”. Após o apelo feito pelo Hamas, que recebeu o apoio do grupo Hezbollah, confrontos de manifestantes contra tropas israelenses foram registrados em Ramallah, onde fica a sede da Autoridade Palestina, e Belém, também situada na Cisjordânia. O exército israelense anunciou, por sua vez, o reforço da segurança na Cisjordânia.

Nesta sexta, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, afirmou que a polêmica transferência da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém levará pelo menos dois anos para ser realizada. Durante conferência em Paris, o chefe da diplomacia norte-americana também enfatizou que o status final de Jerusalém será definido nas negociações entre israelenses e palestinos.