Números de telefones de deputados circulam nas mídias sociais

Objetivo é pressionar voto dos parlamentares contra a Reforma da Previdência





Braço direito de Temer, Carlos Marun é um dos que teve o número de telefone divulgado. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Fotos Públicas

Desde a noite da segunda-feira (11) circulam por um aplicativo de mídias sociais os números de telefone de 144 deputados federais. A origem da corrente ainda é desconhecida, mas o objetivo é incentivar que a população ligue ou envie mensagens para pressionar os parlamentares a votarem de forma contrária à reforma da Previdência.

Entre os deputados que tiveram seus contatos vazados estão os paranaenses Alex Canziani (PTB), Dilceu Sperafico (PP), Evandro Roman (PSD) e Sérgio Souza (PMDB). Outros parlamentares conhecidos do grande público também tiveram seus números de telefone expostos. Entre eles um dos braços direitos do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Carlos Marun (PMDB-MS) e agora cotado para ser ministro de Michel Temer. Leonardo Picciani (PMDB-RJ), ministro dos Esportes, o apresentador Celso Russomano (PRB-SP) e o ex-ministro de Temer, Antônio Imbassahy (PSDB-BA) são alguns dos exemplos.

O objetivo de Michel Temer, em articulação com o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é colocar a reforma em votação na próxima terça-feira (19). A proposta é considerada fundamental pelos chefes de ambos os poderes após a aprovação da reforma trabalhista e da PEC do teto de gastos, que congelou os investimentos públicos por 20 anos.

A reforma da Previdência, chamada pelos movimentos sociais de fim da aposentadoria, mudará as regras e tornará mais difícil o acesso ao benefício da seguridade social. A última polêmica envolvida é o chamado “gatilho”. Com ele, a cada nova pesquisa do IBGE que indicar aumento da expectativa de vida dos brasileiros, a idade mínima para aposentadoria seguirá.

O problema, segundo os movimentos sociais, é que essa média não leva em conta as especificidades de populações pobres e, portanto, mais vulneráveis e com expectativa de vida abaixo da média nacional. No Maranhão e em Alagoas, por exemplo, essa estimativa do IBGE é de 66,6 e 66,5 respectivamente. O que, na prática, significa o fim da aposentadoria para parte desta parcela da população.

Enquanto isso Michel Temer e seus aliados correm em busca de votos. A estimativa é que, caso a votação fosse hoje, a reforma não seria aprovada. Cálculos de bastidores apontam que a tropa de choque de Temer e Maia precisará conseguir cinco votos por dia até a votação para reverter esse quadro. Maia, contudo, não descarta colocar a pauta para apreciação em plenário somente no próximo ano caso perceba que não há votos suficientes para a aprovação do texto.