Todo fim de ano é época de retrospectivas e balanço dos números para projetar algo diferente. De olho nisso, juntamos alguns índices que revelam como o governo de Michel Temer (PMDB), embora diga que está recuperando a economia, é focado apenas em promover ganhos para os empresários e para o mercado. Isolados ao longo do ano, esses dados não dão a dimensão de quanto o brasileiro perdeu em 2017 e quem lucrou com a crise. Agrupados, é possível ver porque grandes empresas, parte da mídia e “investigadores” mantiveram o presidente no cargo, apesar das malas de dinheiro e de conversas nada republicanas na calada da noite.

Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

20% nas bombas

– É a percentagem de reajuste da gasolina em 2017. A última elevação ocorreu em 12 de dezembro, sendo de 1,8% para o diesel e mais 1,4% na gasolina. Os reajustes fazem parte da nova sistemática de formação de preços da companhia, em vigor desde julho, e que prevê alterações quase que diárias para as cotações dos combustíveis.

Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília/Fotos Públicas

68% no gás de cozinha

– É a percentagem que o governo Temer reajustou o gás de cozinha desde julho deste ano e de acordo com a política de volatilidade dos mercados. Após pesquisa negativa, o governo e a Petrobras assinalaram que vão rever essa política. No preço era incluídos os preços praticados na Europa, como o inverno deles e verão no Brasil. Segundo a Petrobras, “embora os preços do GLP praticados no Brasil devam ser referenciados ao mercado internacional, esta metodologia necessita ser revista. O fundamento para isso é que o mercado de referência (butano e propano na Europa) está apresentando alta volatilidade nos preços, agravada pela sazonalidade (inverno) naquela região”.

Foto: AEN

42,8% – Luz para poucos

– A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aumentou em 42,8% o valor a ser cobrado do consumidor pela conta de luz quando acionada a bandeira 2 vermelha a partir de novembro. Com o reajuste, os consumidores passam a pagar R$ 5 a cada 100 kWh consumidos. O valor anterior era de R$ 3,50 (IG Economia).

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R$ 500 bilhões/ano a menos na previdência

– De acordo com os cálculos do Sinprofaz a dívida previdenciária levando em conta as três esferas de governo tem um acúmulo da ordem de R$ 500 bilhões/ano. Empresas importantes como a JBS, com uma dívida de R$ 2,4 bilhões, a Associação Nacional Luterana do Brasil, R$ 1,8 bilhão, a Marfrig Global Foods, R$ 1,1 bilhão, o Instituto Candango de Solidariedade R$ 850 milhões, instituições financeiras como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Bradesco, entre outros, compõem um extenso rol de devedores.

R$ 30 bilhões para os bancos 

– Em 90 dias, o governo ilegítimo de Michel Temer garantiu o perdão da dívida de aproximadamente R$ 30 bilhões do Bradesco, Itaú e Santander. De acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, o “Itaú acumulava R$ 25 bilhões de dívidas com a Receita Federal do processo de aquisição do Unibanco. Em audiência no dia 10 de abril, o Carf decidiu perdoar os impostos milionários da transação”.

Foto: Agência Petrobras

R$ 1 Trilhão no “Meu petróleo, meu lucro”

– Essa é a isenção concedida as petrolíferas. Elas deixarão de pagar impostos nos próximos 25 anos ao explorar o pré-sal. O pacote de bondades representa renúncia de R$ 50 bilhões por ano.

Senador Roberto Requião. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

FRASE

“Ainda acredito que o senado tenha dignidade, caráter e patriotismo para barrar medida que elimina impostos de petroleiras, flexibiliza danos ambientais e descarta conteúdo nacional”. Roberto Requião, senador (PMDB/PR).