Afronta: governo anuncia redução no número de professores PSS

Vagas para docentes temporários(as) caem de 21 mil para 12 mil em 2018




FonteAPP-Sindicato

Secretário Chefe da Casa Civil Valdir Rossoni. Foto: Sandro Nascimento/Alep

Além de pagar salários menores que em 2017, o governo do Paraná agora pretende contratar menos professores temporários via Processo Seletivo Simplificado (PSS) em 2018. O anúncio do novo ataque contra a categoria foi feito pelo secretário-chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB), em entrevista à Gazeta do Povo. O plano do governo é contratar, no máximo, 12 mil docentes temporários. No ano passado, foram pouco mais de 21 mil PSSs.

Para a APP-Sindicato, a medida é mais uma afronta à categoria e contribui para a precarização das condições de trabalho e compromete a qualidade da educação oferecida no estado. “Esse número é insuficiente, o que significa que não teremos professores para atender todos os estudantes, não teremos equipes pedagógicas para atender pais e alunos, muito menos funcionários e funcionárias nas escolas”, aponta Walkíria Mazeto, secretária de Finanças da APP.

Como se não bastasse, o governo mantém a redução nos salários dos professores temporários, que levou a categoria a ocupar o Palácio Iguaçu em dezembro. O edital do processo prevê que os docentes recebam R$ 13,63 por hora-aula no ano letivo de 2018: valor 13,35% menor que os R$ 15,73 que os PSSs recebiam em 2017.

O governo afirma que o valor está acima do piso nacional, o que não é verdade. Walkíria explica que o governo tem feito essa afirmação nos últimos anos considerando o salário de ingresso para profissionais com Ensino Superior, mas o Piso Nacional tem como base de cálculo o ingresso com formação em Magistério. “Como o piso no Paraná está congelado desde 2016, a defasagem chega a quase 24%. O Paraná paga menos que o piso nacional que hoje seria de R$ 2.455,35 para 40 horas no magistério”.

A redução no número de vagas e nos salários aumentam a insegurança dos educadores que atuam como PSS. O pedagogo Lorimar Pires conta que em 2017 ficou quatro meses desempregado, sem a certeza de que conseguiria voltar à escola e agora a situação deve ser ainda mais complicada. “A gente não sabe o que esperar, está desempregado e não tem garantia nenhuma de que irá voltar. Sem a perspectiva de novos concursos para contratação de professores efetivos e com a insegurança do PSS muitos colegas estão abandonando a carreira docente”, conclui em tom de desabafo.

A APP-Sindicato continua cobrando que essas injustiças sejam corrigidas e analisa os próximos passos da luta.