Dilma lidera ato das mulheres em Defesa da Democracia e apoio à Lula

“O golpe não foi apenas contra o meu mandato, mas para enquadrar o Brasil econômica e socialmente", disse a ex-presidente





Dilma Rousseff, no Ato das Mulheres pela Democracia. Foto: Caco Argemi/ALRS

A ex-presidente Dilma Rousseff liderou na terça-feira (23/01), em Porto Alegre, um ato público de Mulheres em Defesa da Democracia e pelo direito de Lula ser candidato. A mobilização estava marcada para acontecer no auditório da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, porém um corte no fornecimento de energia fez com que o encontro acontecesse em frente à ALRS.

O evento fez parte da programação que antecede o julgamento do ex-presidente Lula no Tribunal Regional Federal da 4º Região (TRF4). “O golpe não foi apenas contra o meu mandato, mas para enquadrar o Brasil econômica e socialmente. Este país jamais aprovaria, numa eleição direta, uma reforma da Previdência dessas”, disse Dilma, acrescentando que o desfecho ideal para os golpistas é uma condenação de Lula e sua impossibilidade de concorrer à presidência.

Dilma falou sobre a perseguição política contra o ex-presidente Lula. “Não seria perseguição se aquilo de que ele é acusado fosse verdade. É possível dizer que a acusação não tem base porque, para ter qualquer sentido a acusação, Lula teria de ter cometido o que chamam de ato de ofício, o que o próprio juiz reconhece que a acusação está errada”, ressaltou

Para a petista, uma eventual condenação do ex-presidente provocará indignação no povo brasileiro. “Lula está sendo condenado sendo inocente, enquanto outros com gravações, com malas de dinheiro, estão protegidos e podem concorrer livremente, e não são levados à Justiça. Nós sabemos que Lula é inocente, e por isso não temos plano B. Ter plano B quando se trata de um inocente é covardia. E nós, mulheres, já demonstramos que, se tem uma coisa que não somos, é covardes”.

Presente no ato, a senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, fez uma saudação às caravanas de mulheres que vieram de várias regiões do país para Porto Alegre.“Nós nascemos da luta, se eles pensam que temos medo, nós temos é muita coragem, e estamos mostrando esta coragem em praça pública, que está linda! O que nos espera daqui para frente é: luta, luta e luta!’, disse a parlamentar, sendo ovacionada pelo público”.

O ato público reuniu outras lideranças do PT como a ex-ministra de Políticas para Mulheres Eleonora Menicucci e as deputadas federais Maria do Rosário (PT) e Benedita da Silva (PT). “Juízes não podem diminuir a força que demonstramos aqui. As mulheres representam Lula, ao lado da causa da democracia. Nos posicionamos contra o desmonte do patrimônio público em nome das mulheres, de negros e negras, que se levantam em nome da periferia, de quem trabalha e vive a democracia”, afirmou Maria do Rosário.

Representantes do Partido Comunista do Brasil também estiveram presentes no ato público. “Sem crime, cassaram a primeira mulher que fez a marcha presidencial. Agora, estamos aqui para garantir que Lula não seja julgado nem acima nem abaixo da lei, mas com base nos autos. Não há provas que condenem Lula!”, ressaltou a deputada Alice Portugal. “Só queremos que Lula seja submetido ao juízo político das urnas. Eleição sem Lula é golpe porque tira do povo o direito de escolher a saída para a crise”, acrescentou Manuela D’Avila, deputada estadual e pré-candidata à presidência pelo PCdoB.