Revisor do caso Triplex também condena Lula

Maioria da 8ª turma do TRF4 condena Lula a 12 anos e 1 mês de prisão.





Reprodução: Youtube

O revisor do caso do Triplex, Leandro Paulsen, seguiu o voto do relator João Pedro Gebran e também condenou Lula, já somando dois votos aos três possíveis.

Em seu voto, o revisor fez um histórico de toda a operação Lava Jato, tentando fazer explicações à opinião pública acerca de todas as críticas que são reiteradamente apontadas aos magistrados.

Por outro lado, o desembargador afirmou que o judiciário está acima de imoralidades: “O compromisso é com o cumprimento da Constituição.” Citou ainda a existência de 108 habeas corpus julgados no âmbito da Lava Jato, o que mostraria que a justiça tem dado todas as oportunidades para a defesa dos réus.

“Estamos tratando da revelação de uma criminalidade organizada. São crimes do colarinho branco”, apontou o revisor já no início de sua leitura, deixando claro de antemão qual seria o teor de seu voto.

No entanto, Paulsen ressalva que o Triplex não é relevante na denúncia, por se tratar de bem de melhor valor. Segundo ele, a imputação mais importante é sobre a indicação de Lula como articulador do esquema criminoso. O desembargador faz a afirmação mesmo que não haja provas materiais para tal.

Há, contudo, diversos juristas que não concordam com as teses apresentadas desde a primeira instância. É o caso de Afrânio Silva Jardim, professor de Direito Processual Penal da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Para o jurista, o revisor não deixou claro quando ou como Lula teria recebido o tríplex. É uma “condenação sem crime”, ratificou em seu Facebook.

Por outro lado, o revisor absolveu o ex-presidente acerca da acusação quanto à armazenagem do acervo presidencial. De acordo com o Ministério Público, parte do acervo havia sido guardada com pagamentos da OAS, o que caracterizaria propina.