Centrais convocam paralisação em 19 de fevereiro contra a reforma da previdência





Em 2017, centrais fizeram atos contra a reforma da previdência. Foto: Manoel Ramires/Sismuc

As centrais sindicais estão convocando os trabalhadores para um dia nacional de paralisação em 19 de fevereiro. Nesta data está marcada a votação da reforma da previdência que retira direitos da classe trabalhadora. O governo federal ainda não tem os 308 votos necessários para aprovar a reforma. Porém, tem investido pesadamente em propaganda para convencer os brasileiros da necessidade de mudar o formato de contribuição e o tempo de aposentadoria. Uma das últimas ações foi a visita que o presidente Michel Temer (MDB) fez aos apresentadores Silvio Santos e Ratinho, do SBT.

Ao convocar os trabalhadores contra o texto, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) recorda que a votação não ocorreu em 2017 devida a mobilização da população. Por outro lado, após a reforma trabalhista e o congelamento dos recursos federais, as mudanças da previdência são prioridades do governo. “No entanto, o governo usurpador não desistiu da proposta e anunciou a decisão de colocar reforma da Pevidência (PEC 287/16) em votação em fevereiro. A discussão do projeto será iniciada no próximo dia 5 e sua votação no Plenário da Câmara dos Deputados está prevista para o dia 19 de fevereiro”, alerta o presidente da CUT, Vágner Freitas. Para a entidade, é necessário realizar assembleias em todos os sindicatos filiados para debater a reforma e organizar greves, paralisações e manifestações.

As centrais sindicais (CSB, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central, UGT, Intersindical) aprovaram a realização de uma Jornada Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência. Com a palavra de ordem “Se botar pra votar, o Brasil vai parar”, as centrais orientam suas bases a entrarem em estado de alerta e mobilização nacional imediata, com a realização de assembleias, plenárias regionais e estaduais, panfletagens, blitz nos aeroportos, pressão nas bases dos parlamentares e reforçar a pressão no Congresso Nacional.
De acordo com o especialista em previdência, Ludimar Rafanhim, a reforma ataca trabalhadores privados e públicos. “A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) traz profundas mudanças no Regime Geral da Previdência Social e nos Regimes próprios dos servidores públicos. Para os novos segurados passa a existir apenas aposentadoria por idade, aos 62 anos para mulheres, 65 para homens, 60 para professores e professoras”.

Reforma da previdência ataca trabalhadores privados e públicos

Relator da CPI da Previdência no Senado, Paulo Paim (PT/RS) alerta que o maior problema é a sonegação de impostos e as isenções. Para o senador, elas são responsáveis pelo problema de caixa. Para o senador, a intenção de Temer é permitir que o mercado financeiro lucre com a aposentadoria dos brasileiros. “A reforma da Previdência acaba com a aposentadoria e coloca o sistema nas mãos do setor financeiro q só visa o lucro. A CPI mostrou que a Previdência é superavitária e a reforma desnecessária”, compara.

O senador divulga uma cartilha com o relatório final da CPI. Ela pode ser acessada em http://bit.ly/2oSTiBu