Dr. Rosinha: “governo do Paraná é eficiente na corrupção”

O MP investiga 18 unidades escolares e o envolvimento de pelo menos 13 construtoras contratadas pelo governo Richa





Foto: Orlando Kissner/ANPr

O governador Beto Richa (PSDB) está sendo acuado pela Polícia Federal. Nessa semana, pelo menos 18 pessoas serão ouvidas no âmbito da operação Quadro Negro, que investiga desvios na educação estimados em R$ 20 milhões. Entre os depoentes está o secretário de saúde, Michele Caputo Neto, além de assessores do governo do Paraná como Deonilson Roldo, Ezequias Moreira, e Ricardo Rached, assessores próximos ao governador Beto Richa (PSDB).

Para o ex-deputado federal e presidente estadual do PT, Doutor Rosinha, o governo estadual tem sido eficiente na corrupção. No entanto, não é para combatê-la, e sim para ser alvo de investigações. “São várias as operações em que o governo é investigado. Seja na (Operação) Publicano, ou na Quadro Negro”, enfatiza.

Rosinha comenta que visitou diversas escolas que foram construídas pela metade e “vinte milhões de reais desapareceram”. Em apenas uma das unidades investigadas pela Operação Quadro Negro, a Escola Estadual Amâncio Moro, no Jardim Social, em Curitiba, a obra foi 100% concluída. Porém, o Ministério Público apontou que houve superfaturamento na construção, que possui bancos quebrados, vazamentos e materiais de baixa qualidade. Ao todo o governo pagou R$ 2,8 milhões nesta obra.

Atos públicos cobram celeridade do MP-PR nas investigações da Operação Quadro Negro

O ex-deputado ainda cobra transparência do governador Beto Richa. “Dizer o governador que não tem medo de investigação. Ora, vai contar essa história para outro. O governo dele está envolvido em corrupção sim”, ressalta.

Entenda o caso

As investigações foram iniciadas em 2015 e até o momento foi apontado que o prejuízo aos cofres públicos passam de R$ 20 milhões. O montante desviado deveria ser utilizado em reformas e ampliações de escolas e novas unidades. O esquema aconteceria com a liberação de pagamentos para construtoras a partir de medições fraudulentas do andamento dos trabalhos. O Ministério Público investiga 18 unidades escolares e o envolvimento de pelo menos 13 construtoras contratadas pelo governo Richa. Segundo o delator e dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, o dinheiro desviado era utilizado na campanha de reeleição do governado em 2014.