Greca enfrenta protestos na reabertura da CMC

Do aumento do IPTU e falta de reajuste de servidores, população demonstra insatisfação





Foto: Julio Cariginano

O prefeito Rafael Greca (PMN) enfrentou protestos na reabertura da Câmara Municipal de Curitiba. Sindicatos e população reclamam do aumento de impostos, do congelamento de salários e da piora dos serviços públicos. Para o prefeito, porém, as manifestações são pequenas e a “cidade não pode se servir da dor do povo para alimentar vampiros”.

O primeiro protesto ocorreu na sexta-feira (2). Moradores da Vila Barigui, localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) realizam protesto em frente à UPA CIC, fechada para reforma desde novembro de 2016. Eles exigem reabertura da unidade, porém criticam projeto do prefeito Rafael Greca de retomada sob a forma jurídica terceirizada, de Organização Social.

O prefeito minimizou as queixas em discurso aos vereadores. Para ele, a insatisfação é apenas da oposição e dos sindicatos. “Calem-se as vozes que dizem que eu não quero abrir a UPA da CIC. Tentaram gritar contra mim na última semana e não reuniram 30 pessoas. Trio elétrico para 30 pessoas é fiasco da oposição. A UPA vai ser aberta por um modelo novo, terceirizado. Vou ousar, experimentar”, discursou.

Para a vereadora professora Josete (PT), o prefeito esconde a realidade da cidade. “O protesto na CIC tinha mais de duzentas pessoas e trancou duas vias porque a população precisa da reabertura da unidade. É uma fala fantasiosa de Greca”, compara.

Por outro lado, a insatisfação também atingiu outras camadas da sociedade. O prefeito Rafael Greca foi vaiado pelo público presente no Teatro Guaíra no domingo (4), durante a 35ª Oficina de Música de Curitiba. As vaias ocorreram quando o músico Toquinho anunciou a presença do prefeito.

Servidores Públicos
Greca enfrenta problemas com os servidores municipais. Os sindicatos estiveram presentes na reabertura do legislativo municipal. O Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) levou ao Palácio Rio Branco uma marchinha de carnaval em que critica o aumento de impostos e a piora dos serviços. Em paródia da música de Anitta, “Vai Malandra”, o “Bloco das Sereias barbudas e a nau de Greca” cantou:

“Vai Grequinha
Ê, tá louco, cê aumentando o IPTU

Tá achando
que governa sem saúde, educação
Quem te guenta
Cê irritar
sempre a população”

Os servidores municipais ficaram sem reajuste em 2017. O prefeito alterou a data base de 31 de março para 31 de outubro. No entanto, congelou salários no fim do ano. Medida que pode se repetir em 2018. “Melhorando o processo de arrecadação e com os grandes investimentos que nós vamos fazer na cidade, pode ser que a gente consiga a perspectiva das conquistas salariais”, disse Greca.

Já Josete afirmou que os servidores municipais fazem “o melhor possível para atender a população de Curitiba. Mas para ter alegria é necessário que o prefeito não seja autoritário na relação com os trabalhadores”, cobra.

Anistia taxa de lixo
A cobrança de taxa de lixo também tem aumentado a pressão sobre a gestão de Curitiba. O prefeito diz que agora pode anistiar os moradores de baixa renda. A anista da cobrança vai depender de caso a caso. “A avaliação vai ser feita por critério social. Casas até R$ 140 mil pagam R$ 0,35 (equivale R$ 127,75 ao ano). Casas superiores pagam R$ 0,70 (equivale R$ 255,5 ao ano). Pessoas sem capacidade com reconhecimento da FAS serão dispensadas do pagamento”, afirma o prefeito que critica os espertinhos, “o problema é que muita gente tenta dar um jeitinho, mas pode pagar”, complementa.