Trabalhadores e trabalhadoras mobilizados em Curitiba contra a Reforma da Previdência. Foto: Gibran Mendes.

Por Davi Macedo e Gibran Mendes

Unidades de produção paralisadas, panfletagem, protesto em frente ao prédio do INSS e aula pública sobre o fim da aposentadoria. Estas foram algumas das ações que marcaram, em Curitiba, o Dia Nacional de Lutas contra a Reforma da Previdência realizado nesta segunda-feira (19) em todo o Brasil.

No Paraná, a mobilização começou logo cedo, na Refinaria Presidente Getúlio Vargas, em Araucária. Os trabalhadores e trabalhadoras paralisaram as atividades com um protesto entre às 7h e 9h. Na Usina do Xisto, em São Mateus do Sul, a categoria também adiou o início do expediente em uma hora. Neste período repassaram informações aos trabalhadores sobre os eventuais reflexos da reforma caso seja aprovada pelo legislativo federal.

Entre terça (20) e quarta-feira (21) serão realizados atos contra a reforma da previdência nas bases do Sistema Petrobrás em Santa Catarina. “Por enquanto são manifestações de alerta ao governo e aos parlamentares. A pressão será intensificada a medida em que houver insistência em aprovar a enfadonha reforma. O recado é claro, se colocar pra votar, o Brasil vai parar”, afirmou Mário Dal Zot, presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina.

Em Curitiba os atos foram concentrados no centro da capital. Desde às 8h manifestantes distribuíram materiais informativos para a população no Terminal Guadalupe, local de grande concentração de pessoas. Na sequência foi realizado um ato em frente ao prédio do INSS, na praça Santos Andrade.

Aula Pública – As manifestações tiveram sequência na Boca Maldita, tradicional centro de movimentação política da capital paranaense. Neste ambiente foi realizada uma aula pública, denunciando as consequências da reforma proposta por Michel Temer (MDB).

Para a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz, no caso da Reforma da Previdência, os movimentos sociais estão conseguindo estabelecer um diálogo com a população, ao contrário do que aconteceu em outros retrocessos sociais recentes. “Logo que o Temer entrou veio a PEC 55 e não conseguimos explicar o que significava congelar os gastos públicos por 20 anos. O mesmo com a terceirização e com a Reforma Trabalhista, que eles só falavam do imposto sindical e desviaram o foco de toda a retirada de direitos que ela carregava”, avaliou.

Segundo ela, a mobilização dos movimentos sociais com a sociedade, resultou nas dificuldades que o Governo Federal enfrenta em obter a maioria de votos para aprovar a Reforma da Previdência. “Não foi à toa que construímos a Greve Geral de 28 de abril do ano passado. Mas precisamos avançar e estabelecer uma unidade maior com todas as centrais sindicais, mas infelizmente não estão todas aqui hoje”, comentou. Apesar das manifestações não terem unido todas as centrais nesta segunda-feira (19), Regina Cruz avalia o movimento de forma positiva. “Foram grandes atos com grandes mobilizações”, resumiu”.

Giro pelo Paraná- Outras cidades no interior do Estado também realizaram manifestações nesta segunda-feira (19). Em Maringá, na Região Noroeste, o escritório do deputado federal licenciado e atual ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), foi ocupado durante aproximadamente duas horas.

Em Umuarama, também na região Noroeste, panfletagens em terminais rodoviários e na Praça Miguel Rosafa, também foram realizadas. Outras mobilizações também aconteceram no interior, como nos casos de Cascavel, Toledo, Guarapuava, Castro, Arapongas e rodovias que foram fechadas.

Confira imagens dos atos pelo Paraná.