Secretário da Fazenda defende fim da indexação do salário do funcionalismo à inflação

Medida significa o fim da data-base do funcionalismo




FonteLiderança Oposição Alep

Foto: Dálie Felberg/Alep

Líder da oposição na Assembleia Legislativa, o deputado Tadeu Veneri (PT) reagiu à declaração do secretário da Fazenda, Renê Garcia Junior, que afirmou defender o fim da indexação do salário dos servidores públicos ao índice da inflação. Na prática, a medida significa o fim da data-base do funcionalismo.

“Quando o secretário diz que defende que não haja mais indexador para salários, fico me perguntando se o governo também adotará a ausência de indexador para reajuste de água, luz e outros preços administrados. A Sanepar, sozinha, é responsável por uma boa parte da inflação, justamente em razão das políticas adotadas pela empresa. O mesmo acontece com a energia elétrica, que puxa a inflação, porém a energia é regulada pela Aneel”, afirmou Veneri.

Garcia Junior participou na tarde desta segunda-feira, na Alep, da prestação de contas do Poder Executivo do segundo quadrimestre de 2019. Ao ser questionado sobre as incoerências dos dados da prestação de contas com os números apresentados ao funcionalismo durante as negociações sobre o pagamento da data-base, o secretário afirmou que nenhuma categoria deve ter direito à reposição da inflação e que o benefício deve ser dado pelas “dinâmicas do mercado”.

“A [reposição automática da] inflação é ‘apólice de seguro’. Ninguém na sociedade tem direito a ter reposição de inflação. A reposição [deve ser] dada pelas dinâmicas do mercado. O governo federai vai encaminhar um projeto que extingue a indexação. Ninguém vai ter mais direitos. Espero que em breve, aprovada esta PEC, os Estados sigam o mesmo caminho e não permitam que nenhuma categoria tenha direito a ter reposição da inflação. Ninguém pode ter, porque ninguém é protegido da inflação”.

Veneri também questionou o secretário sobre as motivações do governo do Estado para a privatização da Copel Telecom. “A Copel Telecom é uma empresa superavitária. Segundo o governo, a empresa registrou um lucro de R$ 309 milhõe sem 2018. O Estado, uma vez que é acionista da Copel Telecom, teve lucro. A pergunta é: qual a razão de se vender uma empresa que é superavitária?”.

Garcia Junior respondeu afirmando que não possui autoridade para opinar sobre a venda da empresa mas que, em sua “visão pessoal”, a “Copel Telecom é uma empresa madura para ser alienada, para ser vendida, e a vida continua”.