Comunidades do MST doam 18 toneladas de alimentos em Londrina

Ação faz parte da campanha “Natal da Reforma Agrária Popular”, que ocorre desde sábado (19)




FonteSetor de Comunicação MST

Foto: Coletivo Comunicação MST

Nesta terça feira (22), famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Norte do Paraná, dos municípios de Centenário do Sul, Florestópolis, Porecatu, Arapongas e Londrina,  doaram 18 toneladas de alimentos a mais de mil famílias em situação de vulnerabilidade no município de Londrina. As cestas foram distribuídas em bairros da Zonas Norte , Sul, Leste, além de indígenas em situação de vulnerabilidade no município.

A ação faz parte da campanha “Natal da Reforma Agrária Popular”, que ocorre até o dia 23 de dezembro em todo o Paraná, em solidariedade com quem enfrenta a fome neste período de pandemia. As iniciativas também denunciam o aumento da fome e a falta de políticas públicas de apoio à agricultura familiar por parte do governo Bolsonaro.

Os alimentos foram produzidos e doados pelas famílias dos assentamentos Eli Vive em Londrina, Dorcelina Folador em Arapongas e Maria Lara, em Centenário do Sul. Também se somaram nesta campanha os acampamentos Zilda Arns e Manoel Jacinto Correa, em Florestópolis, Herdeiros da Luta de Porecatu, em Porecatu, e Fidel Castro, em Centenário do Sul.

Segundo Ceres Hadish, assentada da reforma agrária e da coordenação estadual do MST, “o objetivo é trazer com esses alimentos um pouco mais de esperança e alegria na mesa dos trabalhadores de Londrina, para que possam passar o Natal com um pouco mais de fartura e dignidade”.

A entrega das cestas conta com o apoio do movimento Levante Popular da Juventude, Comissão Pastoral da Terra da articulação Periferia Viva, além das  lideranças das comunidades e bairros.

“O que o MST faz aqui, ninguém faz. Não é a primeira vez que eles vêm para cá, é uma honra receber eles aqui com esse gesto de carinho para nossa comunidade” , relata Robson Silva, morador do jardim Califórnia, zona leste da cidade.

Em junho deste ano, as comunidades Sem Terra da região já haviam feito uma doação de 44 toneladas de alimentos em Londrina, como parte da campanha nacional de solidariedade do MST. Com as ações de hoje, o MST do Paraná chega a 499 toneladas de alimentos e 36 mil marmitas distribuídas desde o início da pandemia da Covid 19.

Fome no Brasil

O fim do Auxílio Emergencial, a falta de emprego e de políticas de fortalecimento da agricultura familiar e da produção de alimentos dão sinais de um período ainda mais difícil para a população mais pobre.

Até o final de outubro, mais de 13,8 milhões de pessoas estavam na fila do desemprego, segundo dados do IBGE do final de outubro. Para além disso, o número de desalentados, aqueles que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho por ter perdido as esperanças de encontrar, chegou a 5,8 milhões de brasileiros, quase 1 milhão a mais que no trimestre anterior.

Em janeiro, a pobreza extrema deve chegar a 10% e 15% da população brasileira, de acordo com projeção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. Com esta estimativa, serão 27,4 milhões de pessoas vivendo em extrema pobreza, o dobro do percentual registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no início de 2019.