Fiocruz alerta para alta ocupação de leitos no Paraná

Doze unidades da Federação encontram-se com taxas de ocupação iguais ou superiores a 90%





Boletim mostra cenário de extrema gravidade no país

Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado na quarta-feira (9/6), alerta que o cenário atual da pandemia é de alto risco, exigindo muita atenção e prudência. A análise mostra que as pequenas oscilações no número de casos nas últimas semanas demonstram a permanência de elevado nível de transmissão do vírus. Os pesquisadores chamam atenção sobre a necessidade de se combinar medidas para enfrentamento da pandemia nas próximas semanas, até que a maior parte da população esteja vacinada.

Segundo o estudo, a combinação do número alto de casos com uma ligeira queda no número de óbitos e a maior parte dos estados com alta taxa de ocupação de leitos UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) é muito preocupante. “Ainda é prematuro considerar que há uma queda sustentável de casos e óbitos ou que estamos entrando em uma terceira onda”, observam.

O Paraná está entre os 12 estados com índices de ocupação de leitos acima dos 90%. O estado tem taxa de 96%, ficando atrás de Pernambuco (97%), Sergipe (99%), Santa Catarina (97%) e Mato Grosso do Sul (107%). Na capital do estado, Curitiba, a ocupação de leitos de UTI está em 102%. Mesmo assim, a prefeitura decidiu reduzir a bandeira de alerta e permitiu a reabertura do comércio de olho no Dia dos Namorados.

Lockdown e vacina

Quanto às medidas de enfretamento a serem adotadas, enquanto a maior parte da população não está vacinada, os pesquisadores afirmam que, com exceção do bloqueio/lockdown (que é uma medida mais forte e que deve ser adotada para os estados e municípios com taxas de ocupação de leitos UTI Covid-19 de 85% ou mais), devem incorporadas algumas ações fundamentais.

“É muito importante a utilização de medidas não-farmacológicas, que têm como objetivo reduzir a propagação do vírus e o contínuo crescimento de casos, o que sobrecarrega as capacidades para o atendimento de casos críticos e graves e contribui para o crescimento de óbitos; medidas relacionadas ao sistema de saúde, que visam aliviar a sobrecarga dos serviços e também reduzir a mortalidade hospitalar por Covid-19, por desassistência e por outras doenças, bem como garantir o suprimento de insumos fundamentais para o atendimento; as políticas e ações sociais, cujo objetivo é mitigar os impactos sociais e sanitários da pandemia, principalmente para as populações e grupos mais vulneráveis”.