Mulheres do campo marcham em Curitiba contra a violência e por reforma agrária

Ato integrou atividades do Dia Internacional da Mulher organizado por movimentos populares




FonteJúlia Rohden - Brasil de Fato

Marcha percorreu as ruas do centro de Curitina. Foto: Lia Bianchini

Cerca de mil trabalhadoras rurais de diversas regiões do estado marcharam pelo Centro da capital paranaense nesta quarta-feira (7) para reivindicar a reforma agrária e o fim da violência contra as mulheres. O ato integra as atividades do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, e foi organizado por movimentos da Via Campesina, entre eles o Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Agricultoras de assentamentos, acampamentos e quilombos caminharam da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) até a Boca Maldita entoando palavras de ordem feministas, a favor da reforma agrária e contra o presidente Michel Temer. Algumas participantes usavam maquiagem roxa nos olhos, representando a violência física que acontece a cada sete segundos com uma mulher brasileira.

Juliana de Melo, mora em acampamento do MST em Rio Bonito do Iguaçu, e conta que depois que Temer assumiu a presidência não houve nenhum novo assentamento da reforma agrária e a violência no campo aumentou. “Nós estamos aqui para denunciar a violência, em um sentido amplo, do capital contra todos os povos e territórios, e também a violência do agronegócio contra a mulher do campo”, afirmou a jovem.

Momentos antes da marcha, as trabalhadoras rurais se reuniram com representantes do Incra. Ceres Hadich, integrante da direção estadual do MST, explica que foram feitas reivindicações para que as famílias que moram em áreas de acampamento possam ter a posse da terra pela reforma agrária. “Também conversamos para buscar avanços para o desenvolvimento dos assentamentos, das áreas já conquistadas pelas famílias, para ter mais crédito, moradias, assistência técnica e incentivos para que as mulheres avancem na produção de alimentos e na produção da agroecologia”.

Calendário de mobilizações

Em Curitiba, a mobilização do dia 8 está marcada para começar às 16h30, na Praça 19 de Dezembro – rebatizada pelas organizações das mulheres como Praça da Mulher Nua, em referência à estátua localizada no local. A caminha vai começar às 18h e terminar por volta das 20h, na Boca Maldita.

Uma outra marcha também ocorre na capital no dia 7, às 16h, protagonizado pelas mulheres por campo, com o mote “Mulheres em luta e resistência: contra a violência do capital, pela democracia e soberania nacional”.

Além de Curitiba, estão previstas manifestações em Ponta Grossa, Cascavel, Maringá, Paranaguá, Foz do Iguaçu, Londrina, Francisco Beltrão e Guarapuava. Confira aqui a programação completa.