Vigília Lula Livre emite nota de repúdio a tentativa de intimidação de policiais militares

Policiais ameaçaram invadir espaço e prender coordenadores. Apoiadores do ex-presidente não tiveram acesso a um mandado que justificasse a ação





Policiais militares ameaçaram invadir o espaço em terreno privado. Foto: Ricardo Stuckert

Policiais militares ameaçaram invadir na noite desta quinta-feira (21) a Vigília Lula Livre e prender seus coordenadores do espaço. Ao todo, três viaturas estiveram no local, que fica em um terreno privado ao lado da Superintendência da Polícia Federal, onde o ex-presidente está preso desde 7 de abril de 2018.

De acordo com o advogado Daniel Godoy, que representa as organizações que atuam no local, havia uma liminar referente ao trânsito em via pública, e não de um espaço privado como o da Vigília. As organizações estão em contato com autoridades estaduais para impedir violações. Integrantes da Vigília entendem que as atividades devem seguir normalmente e ressaltam que, como atuam em espaço privado, respeitam o horário comercial e não cometem ilegalidades.

A primeira abordagem policial aconteceu no fim da tarde quando a militância se prepara para a saudação conhecida como “boa noite, presidente Lula”, realizada diariamente no espaço. Segundo um militar, identificado apenas como “Nascimento”, a manifestação estaria proibida por ordem judicial, porém o mesmo não apresentou o documento aos coordenadores da Vigília.

Por meio de nota, a coordenação da Vigília Lula Livre repudiou a ação policial. Confira abaixo o documento.

“A Coordenação da Vigília Lula Livre repudia ação intimidatória de um grupo da Polícia Militar do Paraná na noite desta quinta-feira (21).

Perto do horário em que tradicionalmente é realizado o “Boa Noite, presidente Lula”, um grupo de policiais militares fortemente armados, sem ordem judicial, promoveu uma tentativa de despejo da Vigília, que ocorre em terreno privado.

Sem mandado ou qualquer documentação oficial, os policiais, acompanhados de um advogada ligada ao grupo República de Curitiba, ameaçaram prender membros da coordenação da Vigília, além de um grupo de juízes que participava das atividades no local caso o Boa Noite fosse realizado. 

A situação foi contornada apenas quando um major da PMPR chegou ao local e informou prontamente que não havia operação, nem ordem judicial para a ação e liberou a realização do Boa Noite, sem risco de violência por parte dos agentes de segurança.

Os policiais então recuaram e argumentaram que estavam responsáveis pela patrulha de um jogo de futebol quando receberam a denúncia de um morador sobre perturbação da ordem e se dirigiram ao local. 

Constatando que não havia perturbação, a Vigília pôde encerrar suas atividades diárias com a realização do tradicional “Boa Noite, presidente Lula”. Advogados da Vigília acompanharam a ação e auxiliaram na garantia dos direitos dos apoiadores do ex-presidente que compõem a Vigília Lula Livre. 

Seguimos em resistência há 349 dias, na luta pelo restabelecimento do Estado Democrático de Direito, contra qualquer abuso de autoridade. Daqui sairemos no dia em que o presidente Lula tiver seu direito a um julgamento justo assegurado, que reconheça sua inocência e seu direito à liberdade.

Lula Livre, Lula Inocente”.