Crescem os incêndios provocados por curto-circuito no Paraná

O Brasil dobrou quantidade de mortos por incêndio no último ano





Crédito: Pixabay

A quantidade de mortes em decorrência de incêndios provocados por curto-circuito cresceram no Brasil. É o que aponta pesquisa da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel). Em 2017, foram registrados 451 acidentes do tipo em todo o Brasil, gerando 30 mortes. Em 2018 esse número subiu para 526, sendo 62 fatais. As principais causas dos incêndios em decorrência de curto-circuito são principalmente instalações elétricas deficitárias e falta de conhecimento e conscientização das pessoas sobre os riscos da eletricidade.

De acordo com o Anuário Estatístico 2019, os acidentes elétricos aumentaram 5% no último ano na região Sul, passando de 288 em 2017 para 303 em 2018. Curiosamente, enquanto os acidentes causados por choques elétricos diminuíram, os incêndios aumentaram. Em 2017 foram registrados 163 choques elétricos e 154 em 2018, com o registro de 97 mortes em ambos os anos.

Incêndio em Curitiba – Fábrica Electrolux. Divulgação

Já os acidentes ocasionados por incêndio derivado de curto-circuito tiveram um aumento considerável. Em 2017, haviam ocorrido 98 casos, resultando em 11 mortes, e em 2018, foram 141, resultando, em 9 mortes. Os incêndios por sobrecarga no estado registraram elevação de 27%, resultando em 65 acidentes e 1 morte no ano passado, sendo que em 2017 haviam morrido 6 pessoas em 51 acidentes.

“Vemos que o número de mortes ocasionadas por acidentes elétricos no Paraná diminuiu, mas a quantidade ainda é preocupante. O aumento de incêndios revela a falta de manutenção das instalações elétricas nas edificações, que devem acontecer periodicamente. O ideal é que a cada 10 anos seja feita uma verificação por um profissional habilitado”, afirma Fábio Amaral, Engenheiro Eletricista e diretor da Engerey Painéis Elétricos.

Conforme o relatório, 80% dos incidentes elétricos, independentemente da origem, aconteceram em residências. Segundo o diretor da Engerey Painéis Elétricos, as causas são principalmente instalações elétricas deficitárias e falta de conhecimento e conscientização das pessoas sobre os riscos da eletricidade. “O Brasil é o país do jeitinho. As instalações com pouca qualidade e as gambiarras não são nada seguras e acabam levando a esses acidentes, muitas vezes gravíssimos”, afirma Fábio Amaral.

Em relação aos choques elétricos, o engenheiro lembra que o uso do Dispositivo Residual (DR) é obrigatório em todos os quadros elétricos desde 2012 e seria capaz de evitar 100% desses episódios. “Após reconhecer o vazamento de uma quantidade de corrente elétrica diferente do habitual, age interrompendo essa corrente que causaria o choque”, conta. Mas, de acordo com ele, apenas 21% das residências possuíam o dispositivo em 2018.

Prevenção

A Abracopel realiza evento sobre a prevenção de acidentes elétricos nos dias 20 e 21 de março, em Curitiba. Com entrada gratuita e direcionada aos profissionais da área elétrica, o objetivo principal dos eventos é conscientizar os profissionais paranaenses e de regiões próximas através do conhecimento.

ESPECIALISTA DÁ DICAS DE COMO EVITAR OS ACIDENTES ELÉTRICOS

  • Estar calçado ao portar equipamentos eletrônicos. Embora não elimine totalmente os choques mais fortes, pode interromper os de pouca intensidade.
  • Manter os aparelhos eletrônicos afastados de áreas úmidas, como pia, chuveiro ou banheira. Em contato com a água, esses aparelhos podem sofrer uma pane elétrica e dar um choque em quem estiver usando.
  • Não falar com o celular conectado à tomada.
  • Não tocar no chuveiro nem quando ele estiver desligado. Para uma eventual manutenção, deve-se desligar o disjuntor.
  • Manter-se distante de metais e aparelhos elétricos quando houver uma tempestade de raios.
  • Solicitar a um profissional capacitado a instalação do Dispositivo Residual (DR) no quadro elétrico. Além de evitar os choques, esse dispositivo também protege contra incêndios.
  • Requerer a um profissional capacitado a manutenção da instalação elétrica no máximo de 10 em 10 anos.