89,1% das negociações têm ganho real, aponta DIEESE

GIRO DAS NEGOCIAÇÕES: Índice de julho mostra ser favorável aos trabalhadores





Foto: Agência Brasil

Números favoráveis para a classe trabalhadora e para sindicatos. É o que aponta relatório do DIEESE referente às negociações ocorridas no mês de julho de 2023. Cerca de 89,1% das 165 negociações analisadas registraram ganho real. Além disso, 10,3% registraram resultados iguais ao índice inflacionário e apenas 0,6% dos acordos não repuseram a inflação. Os dados são resultado do aumento do salário mínimo, redução da cesta básica e da credibilidade do país.

As negociações em 2023 melhoraram em relação ao ano passado. Os meses de maio, junho e julho, por exemplo, tiveram ganhos reais de 90,5%, 86,7% e 89,1%, respectivamente. Na outra ponta, as negociações sem ganho real caíram nos últimos três meses. 

Segundo o DIEESE, no acumulado de 2023: 76,5% dos reajustes tiveram ganhos reais, 18% ficaram iguais à inflação e 5,5% foram inferiores ao índice inflacionário.  No recorte por categoria, destacam-se as negociações realizadas pelos trabalhadores e trabalhadoras da construção e mobiliário, dos serviços de transportes, da indústria metalúrgica e do setor rural, todas com ganhos reais em mais de 70% dos casos nos últimos 12 meses.

A recuperação econômica e do poder de compra dos trabalhadores é comemorada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. “O valor do salário mínimo aumentou com o Presidente 

Lula  e o valor da cesta básica está caindo, como divulgou o Procon-SP. Portanto, está sobrando mais dinheiro no bolso dos brasileiros. Em julho de 2023, o salário mínimo compra a cesta básica paulistana e ainda sobra R$ 108. No mesmo mês do ano passado, o salário mínimo não conseguia comprar a cesta básica, faltando R$ 55”, disse.

Outro dado comemorado é o Índice de Incerteza Econômica do Brasil, calculado pela FG. Ele registrou o menor nível para um mês de julho desde 2014. Segundo Alckmin, é o resultado da busca pelo diálogo, da inflação em queda, da responsabilidade fiscal, social e ambiental e das reformas estruturantes que “não poderiam gerar um resultado diferente”.

Empresas de transporte atrasam salários 

Se de um lado as negociações no transporte tiveram 79,1% das negociações com ganho real, de outro, greves foram deflagradas por conta de atraso salarial. Segundo o DIEESE, no primeiro semestre de 2023, os trabalhadores das empresas de transporte público urbano paralisaram a circulação dos ônibus por 48 vezes. “Parte significativa das mobilizações esteve relacionada ao atraso no pagamento dos salários (40%)”, calcula-se.