A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou nesta terça-feira (11), por unanimidade, uma sugestão de ato administrativo com o objetivo de que a prefeitura celebre um termo de cooperação técnica para financiar a vacina contra a Covid-19 em desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). A proposta é de autoria das vereadoras Carol Dartora (PT) e Maria Letícia (PV).
Segundo Carol Dartora, o prefeito Rafael Greca (DEM) já declarou que o município possui cerca de R$ 100 milhões no fundo emergencial, para compra de vacinas, e sugere que parte desse dinheiro seja utilizado na parceria.
“A gente tem acompanhado o drama que tem sido a vacinação em todo o país e se tem uma vacina sendo desenvolvida na nossa cidade, que pode ser mais barata, é importante contribuir neste processo para que ela esteja disponível o quanto antes a toda à nossa população”, disse a vereadora.
Maria Letícia também lamentou a escassez de doses para imunizar toda a população e enfatizou a necessidade de buscar soluções para resolver o problema. “Todos e todas devem receber a vacina. Eu tenho certeza de que o prefeito, que já se posicionou à favor da compra da vacina, não vai se furtar de utilizar esse recurso para desenvolver a pesquisa na universidade,” disse.
O presidente do Legislativo, Tico Kuzma (Pros), parabenizou as parlamentares pela iniciativa. “Podemos sim fazer essa ponte entre o Poder Executivo e a Universidade Federal para que a prefeitura possa, respeitando todas as questões legais e o momento correto, fazer também esse convênio para que tenhamos o quanto antes essa vacina curitibana que, quando estiver pronta, vai ser um orgulho para todos nós”, afirmou.
Seis vezes mais barata
Na sessão do dia anterior, os vereadores receberam o reitor da UFPR, professor Ricardo Marcelo Fonseca, que apresentou informações sobre o desenvolvimento da vacina paranaense. Segundo ele, os trabalhos estão na fase de testes com animais e a expectativa é de que o imunizante fique disponível para a população no próximo ano.
Segundo Fonseca, a vacina usa insumos nacionais e tem tecnologia de produção 100% desenvolvida na UFPR. Outro ponto positivo é que o custo do imunizante pode ficar em torno de R$ 10, seis vezes mais barato do que as vacinas importadas, de acordo com o reitor.
“Os cientistas estão estimando que, para a Covid-19, teremos que fazer campanhas de vacinação anuais, exatamente como acontece hoje com a vacina da gripe, de modo que precisamos de muitas vacinas para atender o povo brasileiro, paranaense e curitibano”, afirmou Fonseca para justificar a importância da vacina em desenvolvimento pela universidade.
Pressão
Mesmo não tendo caráter impositivo, as sugestões de ato administrativo funcionam também como um instrumento de pressão dos vereadores para o atendimento de demandas da população. Após aprovadas pelo plenário da CMC, essas proposições representam a manifestação oficial do Poder Legislativo.
