Comissão acata denúncia e abre investigação contra Kátia Dittrich (SD)




FonteManoel Ramires e JC Carignano

Para relator do caso, Osias Moraes, é necessário garantir transparência e imagem da Câmara. Foto: JC Carignano

O vereador Osias Moraes (PRB) fez leitura sobre o relatório que pedia a denúncia da vereadora Kátia Dittrich (SD) por ficar com parte dos salários de seus seis ex-assessores. Ele decidiu pelo prosseguimento da investigação. Para ele, diante dos indícios, não é possível arquivar sumariamente o caso. O voto foi seguido por Cristiano Santos (PV) e por Toninho da Farmácia (PDT), que compõem a comissão processante. Por outro lado, a investigação pode ocorrer até janeiro de 2018 devido ao prazo de 90 dias úteis para a realização do processo.

Ao ler o relatório, Osias disse que as investigações ocorrem em preservação do decoro parlamentar e ser necessário esclarecer todos os fatos, pois ainda não é possível checar todas as provas. “Nós vimemos um momento na política que é preciso passar a limpo qualquer fato. Foram feitas algumas denúncias com provas contra a vereadora. Nós precisamos ir a fundo e apurar realmente se ela cometeu esse ato. Não podemos passar a mão de ninguém. Nós encontramos os vídeos e a denúncia também trata de vídeos e áudios”, antecipa Osias.

Ele também se defendeu da acusação de que teria ficado com salários de funcionários. “Nós precisamos passar a limpo diante das avalanches de denúncias contra os vereadores. Inclusive eu tenho sido vítima de denúncia e precisamos mostrar quem é quem”, se defendeu.

De acordo com o presidente da Comissão Processante, Cristiano Santos, será dado ampla transferência para que tudo seja apurado. Por outro lado, ele se negou a antecipar os prazos para a investigação. A comissão tem 90 dias úteis para apurar a investigação a partir do momento em que a vereadora foi notificada em 23 de agosto. Portanto, o prazo máximo é janeiro de 2018, tendo em vista o recesso da Câmara Municipal.

“A intenção não é acelerar ou protelar demais. A gente precisa garantir a ampla defesa à vereadora denunciada, mas também ter cautela para não cometer nenhuma injustiça. Eu acredito que não haja necessidade de ir até o ano que vem. O que a gente quer é fazer da forma mais transparente”, explicou Cristiano.

Relatório
O relator leu a acusação de que a vereadora exigia a devolução de R$ 1,5 mil de seus funcionários como forma de manter o cargo. A denúncia traz provas de extratos bancários e empréstimos de R$ 5 mil que foram feitos para atender o pedido de Kátia Dittrich. Entre as provas também têm anexadas conversas entre a vereadora e uma funcionária. Num desses diálogos, Kátia comunicou a exoneração de assessora que se negou a fazer o depósito.

Em sua defesa, a vereadora do Solidariedade alega que as provas são insuficientes e que há uma armação para tentar incriminá-la. A incoerência da denúncia aparece na peça de acusação. Se ocorreram depósitos, não haveria motivo para que ocorressem as exonerações. Segundo Kátia, os depósitos eram devolução de empréstimos bancários.

Outras denúncias
A Câmara também abriu sindicância contra Thiago Ferro (PSDB). O corregedor da Câmara, Dr Walmir (PSC), informa que solicitou ao Ministério Público mais informações. O órgão também investiga o relator, Osias, e Geovane Fernandes (PTB) e Rogério Campos (PSC).