Não olhem para cor da bandeira em Curitiba. Ela é a que menos importa. A Prefeitura de Curitiba decidiu ignorar os números da Covid-19 na capital, os protocolos de saúde e as recomendações médicas e editou o Decreto 940 que adota praticamente o liberou geral.
Por coincidência, ou não, a transparência foi sacrificada pela gestão municipal desde o domingo. O site com números da quantidade de leitos disponíveis por hospitais e regiões, a ocupação deles estava dado erro. Em um apagão semelhante ao que ocorreu com o Governo Federal quando decidiu esconder ou alterar os números da Covid.
Para reabrir quase tudo, “escritórios em geral, salões de beleza, barbearias, atividades de estética, academias de ginástica, serviços de banho e tosa de animais”, a secretária municipal de Saúde, Márcia Huculak, agora diz que “buscamos o equilíbrio, para que a cidade possa seguir funcionando, com todos os cuidados com a saúde da população e com o controle do vírus”.
Nas redes sociais, o prefeito bolsonarista Rafael Greca (DEM) agradeceu brindes com 6,8 mil kits de higiene pessoal que recebeu de empresários ao invés de comentar a situação caótica do município. “Esta visão destas empresas nos inspira a trabalhar cada vez mais para reduzir os impactos na saúde, sociais e econômicos do novo coronavírus na nossa Curitiba”.
Voltando ao sistema de bandeiras, quando adotou a cor laranja, Curitiba tinha 1777 casos confirmados e 78 óbitos. Isso foi em 13 de junho. Nessa época, shoppings, academias e comércios não essenciais não poderiam abrir. Agora, 39 dias depois, com quase tudo podendo abrir na mesma cor laranja, são 14402 casos oficialmente confirmados e 387 mortes.
Bandeiras ignoradas
De acordo com as bandeiras, a laranja significa situação de alerta de risco médio, e cujas notas variam de 2 a 2,99. Dentro dela, todos os serviços que a Prefeitura de Curitiba está liberando deveriam estar fechadas. Já a vermelha significaria situação de alerta de risco alto, e cujas notas ficam de 3 ou mais. Nas redes sociais, a gestão não divulgação essa numeração.
Não custa lembrar que as bandeiras e a numeração deviam ser definidas pelo “número de leitos de UTI disponíveis para atender covid-19 no dia e número de leitos de UTI disponíveis para atender covid-19 no dia em relação ao mesmo número de sete dias atrás”. Curitiba tem 91% dos leitos ocupados.
Veja como funciona o sistema de bandeiras
