Baratas, baratas, baratas





Por Wilson Ramos Filho

Um crítico contumaz das obsessões preservacionistas e das ONGs que se dedicam ao tema – só para provocar, assegura – mencionou que logo será criada uma Associação de Proteção às Baratas. Outro, mais mordaz ainda, disse que se alguma igreja assegurar ser vontade divina que os fiéis delas se alimentem, a tal entidade teria muito com que se ocupar, embora parte de seus dirigentes provavelmente aceitasse a prática em nome da “liberdade de culto”. São uns exagerados.

Baratas infestaram o Planalto. Mais de quatrocentas fedem no Congresso, dezenas de baratas-tontas ocuparam – com o Golpe – a esplanada, e temos assistido frequentes barata-voa no Judiciário. Principalmente depois que um dos mais reputados canalhas libertou algumas, malbaratando a Instituição.

Desbaratinados sem-caráter e sem-noção reagiram apoiando a Lava-Jato, no Rio.

Na planície assiste-se a uma desesperada tentativa de nos abaratar transformando-nos, kafkianamente metamorfoseados, em algo semelhante aos repugnantes seres, incrustando-nos o que neles já se encontra em adiantado estado de putrefação.

E tudo sob a singela exigência, tolos artrópodos, de que tenhamos todos sangue-de-barata e “bons modos”.

Só rindo da camarilha a ser desbaratada.