O ex-ministro da saúde, Alexandre Padilha (PT), cobrou a seletividade da justiça brasileira nas investigações da Lava Jato. Para ele, o juiz federal de primeira instância Sérgio Moro não tem se mostrado imparcial, perseguindo o ex-presidente Lula. Padilha também alertou para a onda de ódio ao Partido dos Trabalhadores. O efeito disso é o crescimento de uma direita raivosa e de personagens políticos autoritários como o deputado federal Jair Bolsonaro.
Padilha afirmou, em coletiva de imprensa antes do segundo depoimento de Lula a Moro, que a justiça brasileira tem tido dois pesos e duas medidas. Para ele, a atuação dos magistrados têm sido política. “A justiça tem politizado esse debate, acusando sem embasamento jurídico. Que o magistrado não transforme o depoimento novamente em palco político”, alertou.
O ex-ministro Padilha citou o caso de Antônio Palocci, que na semana passada mudou depoimento e tentou incriminar o ex-presidente Lula. Palocci afirmou que Lula autorizou a Odebrecht a pagar R$ 300 milhões em propina ao PT e que Emílio Odebrecht teria feito um pacto de sangue com Lula. Porém, o ex-ministro da economia de Lula, apontado como “o italiano” nas planilhas, não apresentou provas. “O Depoimento do Palocci foi uma coleção de mentiras. Quem esperava que ele tinha uma bala de prata viu que não passava de uma bala de festim”, minimizou Padilha.
O crescimento do ódio e de personagens duvidosos na corrida presidencial também foram temas da coletiva. De acordo com Padilha, a imprensa tem alimentado clima para impedir que Lula seja candidato. Porém, quem ganha força é Jair Bolsonaro, que é considerado machista e defensor do regime militar. “O Lula está absolutamente tranquilo e preparado para tudo, inclusive para seletividade e politização do depoimento. Ele já foi condenado em outros momentos de sua trajetória de vida, uma capa famosa de uma revista semanal mostra isso”, por outro lado, “semearam o ódio ao PT e estão colhendo uma Bolsonaro nessa árvore”, alertou.
