No Dia Mundial Sem Carro, poder público busca ampliar utilização de bicicletas

Iniciativas em Curitiba vão desde ampliação de vias a busca por mais segurança





Curitiba toma iniciativas para ampliar segurança dos ciclistas. Foto: Maurilio Cheli/SMCS

22 de setembro começa a primavera. Também é Dia Mundial Sem Carro. Deveria ser “Dia Mundial da Bicicleta”. Para que isso ocorra, é necessária uma mudança cultural nas cidades. Essa mudança passa desde as pessoas terem menos pressa para se descolar a aprender compartilhar espaços e vias. Nesse sentido, a bicicleta é vista como objeto de lazer, mas de transporte também. Esses alguns dos pontos que os cicloativistas dialogam com o poder público. Entre as medidas em debate, em Curitiba, está a ampliação das vias e melhor sinalização. Estacionamentos exclusivos e medidas de segurança contra roubos também estão em discussão.

Nos últimos anos, Curitiba passou por uma transformação no acesso das bicicletas com novas ciclofaixas e a introdução de vias calmas. De acordo com o IPPUC, a cidade tem 204 quilômetros de estruturas cicloviárias. É o que diz a ata da última publicada no portal “Mais Bici” da Prefeitura de Curitiba, em julho de 2016, ainda na gestão de Gustavo Fruet (PDT).

Uma das reclamações dos ciclistas é a sinalização e a qualidade das vias ofertadas, principalmente nas vias calmas. Na Avenida João Gualberto, por exemplo, a passagem dos ciclistas ficou do lado do motorista, o que é considerado perigoso.

Recentemente, a Prefeitura de Curitiba realizou obras de iluminação no Centro Cívico. Foram instaladas luzes brancas na ciclovia da Rua Heitor Stockler de França, que passa ao lado do Rio Belém. Segundo a gestão, “Na ciclovia do Rio Belém Norte os trabalhos estão próximos ao Palácio das Araucárias e ao Tribunal de Contas do Estado, já chegando à entrada do Bosque João Paulo II. A nova iluminação vai seguir pela ciclovia que acompanha o Rio Belém até o Parque São Lourenço”.

A prefeitura afirma que está melhorando a iluminação pública em 18,5 quilômetros de ciclovias da cidade. “Em muitos pontos não havia nenhuma iluminação para os ciclistas pedalarem à noite”. O investimento nas obras é de R$ 2,3 milhões e mais de 60% dos trabalhos já foram concluídos.

A Câmara Municipal de Curitiba também tem buscado incluir as bicicletas no cotidiano da cidade. Em setembro, o legislativo aprovou projeto de lei dos vereadores Goura (PDT) e Bruno Pessuti (PSD) que determina a inclusão, na nota fiscal de venda de bicicletas, do número de série do produto. De acordo com o projeto, “com a obrigatoriedade dos comerciantes em informar o número de série das bicicletas nos documentos fiscais, o trabalho de investigação de roubos e furtos desses bens será facilitado, na medida em que o número de série permite a correta identificação das bicicletas, tornando possível que elas sejam restituídas aos seus respectivos proprietários, quando forem encontrados pelos órgãos de segurança pública”.

Outra iniciativa na CMC pretende obrigar que estacionamentos privados reservem espaço para as bicicletas. A tarifa cobrada seria de no máximo 20% do que é cobrado dos carros pequenos nesses estabelecimentos. De acordo com vereador Colpani (PSB), autor do projeto, a demanda partiu de ciclistas. “A presente proposição se justifica na necessidade de incentivar as pessoas a usar a bicicleta como meio de locomoção pelos centros urbanos, por ser uma tendência mundial. Garantir espaço seguro e protegido em um estacionamento privado, vai motivar o usuário à utilização da bicicleta para este fim”, explica o projeto.