Chile inicia reassentamento de refugiados sírios

Vindos do Líbano, sessenta e seis refugiados sírios chegaram ontem ao país por meio do programa de reassentamento liderado pelo governo chileno com o apoio do ACNUR




FonteACNUR

O Chile é o mais novo país a reassentar refugiados sírios. Sessenta e seis sírios (32 crianças, 16 mulheres e 18 homens) chegaram ontem do Líbano, como parte do programa de reassentamento liderado pelo governo chileno com o apoio do ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados.

Ao chegarem em Santiago, os refugiados foram recepcionados pela presidente do país, Michelle Bachelet, pela representante do ACNUR no Chile, Michele Manca di Nissa e outros. Eles serão alojados em duas comunidades diferentes: Villa Alemana, localizada a cerca de 100 quilômetros da capital, e Macul, na parte centro-leste da região metropolitana de Santiago.

“Nós parabenizamos o governo e a sociedade chilena por estenderem suas mãos em solidariedade aos refugiados sírios em situação de vulnerabilidade, e por participarem na resposta da comunidade internacional para uma das maiores crises humanitárias desde a Segunda Guerra Mundial”, declarou Manca di Nissa, do ACNUR.

Os adultos e crianças vão todos receber aulas intensivas de espanhol e ajuda psicossocial de profissionais da Vicaría de Pastoral Social Caritas, organização responsável por acompanhar e ajudar os refugiados a se integrarem em sociedade.

As crianças frequentarão as escolas locais e jardins de infância a partir de março de 2018, enquanto os adultos vão receber ajuda para encontrar emprego e acelerar seu processo de integração, o que ajudará a assegurar que eles e suas famílias sejam autônomos e autossuficientes.

As comunidades anfitriãs também desempenharão ações fundamentais para facilitar o acesso dos refugiados aos serviços básicos e para que se sintam em casa. A comunidade síria do Chile está ativamente envolvida para apoiar o projeto.

O programa de reassentamento de sírios do Chile tem o objetivo de reassentar 120 refugiados sírios vindos do Líbano que estão em condições altamente vulneráveis. O programa foi anunciado na 69ª Reunião da Assembleia Geral em setembro de 2014 pela presidente Michelle Bachelet, que declarou que o Chile receberia refugiados da Síria como parte do compromisso de seu governo em compartilhar a responsabilidade da comunidade internacional em responder à uma das maiores crises humanitárias do planeta.

Junto do governo chileno e da Vicaría de Pastoral Social Caritas, o ACNUR faz parte do grupo técnico que lidera os preparativos para o programa de reassentamento do Chile. O ACNUR também apoia o programa pelo Mecanismo de Apoio Conjunto dos Países Emergentes em Reassentamento (ERCM, em inglês), um empreendimento conjunto que visa melhorar as atividades de reassentamento realizadas por países que são novos ou iniciantes no processo de reassentamento, inclusive pelo aproveitamento de experiências de países experientes no reassentamento e outros atores.

Atualmente, o Chile abriga 1.736 refugiados reconhecidos (a maioria da Colômbia). Não obstante, desde 1999, o Chile já reassentou 480 refugiados, dentre eles colombianos, palestinos e refugiados da antiga Iugoslávia. Alguns dos refugiados reassentados já possuem a nacionalidade chilena.