Eleita senadora, Cristina Kirchner diz que sua frente política emerge como ‘principal força de oposição’ na Argentina

Partido de Macri venceu na província de Buenos Aires, na capital do país e aumentou participação no Parlamento; ex-presidente diz que lutou contra 'maior e inédita concentração de poder da qual se tem memória desde a restauração democrática'




FonteÓpera Mundi

Cristina Kirchner em evento que finalizou a campanha na última semana. Foto Unidad Ciudadana/Fotos Públicas

A ex-presidente da Argentina e agora senadora eleita Cristina Kirchner afirmou na madrugada de segunda-feira (23/10), ao reconhecer a derrota para o ex-ministro da Educação do país, Esteban Bullrich, candidato do governo, que a Unidade Cidadã (UC), lista eleitoral que formou para disputar estas eleições regionais, se tornou a principal força de oposição à administração de Mauricio Macri.

“Fomos capazes de somar votos, capazes de crescer apesar de termos enfrentado a maior e inédita concentração de poder da qual se tem memória desde a restauração democrática, e devemos estar orgulhosos”, disse Cristina aos apoiadores. A UC “é a principal força opositora contra o modelo político e social de ajuste”, afirmou.

Para a ex-mandatária, a UC enfrentou “a maior e mais inédita concentração de poder de que se tenha memória desde a restauração democrática” e, mesmo assim, conseguiu “mais votos que nas PASO [eleições primárias que definiram os candidatos ao pleito de outubro]”.

Cristina fez um discurso pedindo união de outras forças que se opuseram ao macrismo. “Não estamos sós, há também em outras províncias outras claras e firmes lideranças políticas com as quais as oposições firmes e claras avançaram em todo o país”, disse.

Resultado

Com 99,22% das urnas apuradas, Bullrich tinha 41,38% dos votos, contra 37,25% de Cristina. Três vagas estavam em disputa e, pelas regras eleitorais argentinas, a lista eleitoral com mais votos tem direito a duas, com a terceira ficando com o segundo colocado geral. Por este motivo, estão eleitos Bullrich e Gladys González, pelo Cambiemos, e Cristina, pela UC.

O Cambiemos ganhou 9 assentos a mais no Senado (terá o total de 24); os peronistas perderam 3 (23); os kirchneristas perderam 8 (10); o grupo político do ex-candidato à presidência, Sergio Massa, perdeu 1, no total de 72 que formam a Câmara Alta.

Na Câmara dos Deputados, o macrismo levou mais 21 (agora terá 107 assentos); os kirchneristas perderam 10 (67); os peronistas, ganharam 5 (38); os massistas perderam 16 assentos (22). A Câmara Baixa argentina tem 257 cadeiras.

Macri

O presidente da Argentina disse considerar que o resultado, favorável à coligação que apoia seu governo, é um sinal de “forte apoio” a seu projeto político.

“Acreditamos no nosso compromisso sério e profundo com a mudança”, disse o presidente a apoiadores no centro de campanha do Cambiemos. Ele foi o responsável por fazer o discurso de encerramento das eleições.