O Parlamento da Catalunha (Generalitat) aprovou nesta sexta-feira (27/10) uma declaração unilateral de independência do território. Por votação secreta, 72 parlamentares votaram a favor, 10 foram contrários e dois votaram em branco.
A resolução aprovada pela Generalitat proclama uma nova República separada da Espanha, elevando a Catalunha a um Estado soberano e independente. O texto aprovado ainda pede a abertura de negociações com Madri e o reconhecimento internacional da União Europeia (UE).
Membros dos partidos de oposição Ciudadanos, Populares e socialistas deixaram o parlamento antes do início da votação sob a justificativa de que a declaração independentista seria um erro. “Vocês ignoram a Constituição, ignoram o Estatuto de Autonomia da Catalunha e agora vêm com essa interpretação das regras da Câmara. Permita-me duvidar de você, senhora Forcadell”, disse Inés Arrimadas, do partido Ciudadanos, se dirigindo à presidente da sessão, Carmen Forcadell.
“Liberdade”
O vice-presidente da Catalunha, Oriol Junqueras, usou sua conta no Twitter para comemorar o resultado da votação no Parlamento catalão. “Sim. Nós ganhamos a liberdade de construir um novo país”, escreveu Junqueras.
Já no Parlamento e na praça em frente ao órgão, dezenas de deputados e prefeitos pró-separação gritavam “liberdade” após a votação. Eles ainda pediam a libertação dos “presos políticos” Jordi Sanchez e Jordi Cuixart, que foram detidos há duas semanas em Madri.
O principal índice da Bolsa de Valores de Madri, o Ibex 35, acelerou suas perdas após o anúncio de independência da Catalunha. A queda acelerou para 1,7% minutos depois do anúncio, por volta das 15h30 (hora local). Antes disso, o índice tinha queda de cerca de 1%.
Rajoy
Minutos após a declaração de independência, o premiê da Espanha, Mariano Rajoy, publicou em sua conta do Twitter um pedido de “calma” a população e disse que o “Estado de Direito irá restaurar a legalidade na Catalunha”.
Na manhã desta sexta-feira, Rajoy defendeu no Parlamento Espanhol a aplicação do artigo 155 diante da situação catalã. O artigo previsto na Constituição espanhola permite que o governo de Madri tome controle da região autônoma e obrigue o território a cumprir as “obrigações” presentes na Carta Magna espanhola.
