Marcha abre Jornada Continental pela democracia e contra o neoliberalismo

Evento com a participação de trabalhadores de 23 países ocorre até sábado na capital uruguaia





Foto: Cintia Barenho/MMM

Começou nesta quinta-feira (16), em Montevidéu, no Uruguai, a Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo. Os ex-presidentes Lula e Pepe Mujica são algumas das lideranças que confirmaram presença no evento, que segue até sábado (18). Além deles, jovens, trabalhadores rurais, ativistas da diversidade sexual, feministas, sindicalistas, entre outros movimentos e coletivos de luta, também estarão na capital uruguaia.

A abertura da jornada foi marcada por uma marcha que reuniu trabalhadores e trabalhadoras de 23 países da América Latina. A tônica foi a luta contra as corporações transnacionais, contra o machismo, a homofobia, pela defesa da democracia e integração dos povos. “Nossa luta não é somente contra os governos fascistas, mas também pela nossa identidade. Homens e mulheres em defesa da terra, da vida, da democracia e contra o capitalismo”, afirmou Francisca Pancha Rodríguez, integrante da Via Campesina e da Associação Nacional de Mulheres Rurais e Indígenas do Chile.

Marcelo Abdala, secretario geral da PIT-CNT, central sindical uruguaia, destacou a unidade dos povos latino-americanos frente a escalada conservadora e neoliberal no continente, lembrando do golpe de estado que derrubou a petista Dilma Rousseff da presidência no Brasil. O mesmo foi destacado pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas. “O Brasil não tem governo. Temer não foi eleito. A plataforma que ele coloca em prática não foi eleita, não foi aprovada por ninguém. Ele é um impostor, e temos que lutar contra todas as nossas forças para que ele saia”, afirmou.

Uma delegação paranaense, formada por mais de 200 pessoas, está em Montevidéu para participar das atividades. “A solução dos problemas não são nacionais, mas sim internacional. A luta contra o neoliberalismo não é uma bandeira apenas dos trabalhadores brasileiros, ela é continental. O grande capital busca a todo momento destruir os estados nacionais. Estamos aqui na luta pela soberania de nossa América”, destacou Dr. Rosinha, presidente do PT do Paraná.

Programação

Além da marcha, o primeiro dia de atividades contou com um painel que discutiu os ataques à democracia. Nessa sexta-feira (17) acontecerão oficinas temáticas, sobre tratados de livre comércio que retiram soberania dos estados nacionais, papel das empresas transnacionais nas economias, democracia e integração regional. Acontecimentos recentes, como a morte do ativista Santiago Maldonado e a prisão da deputada argentina Milagro Sala estarão em debate.

A jornada é uma aliança de sindicatos e movimentos sociais que fazem a leitura da grave situação política, especialmente na América Latina, decorrente da retomada neoliberal e de ataques contra a democracia. Sua articulação nasceu em 2015 em Cuba.