Advogados de Lula questionam velocidade e data de julgamento no TRF4

Defesa apresentou perícia comprovando autenticidade de recibos de aluguel em São Bernardo





Luis Inácio Lula da Silva. Foto: Leandro Taques

“Até agora existia uma discussão sobre uma condenação imposta ao ex-Presidente Lula em primeira instância sem qualquer prova de sua culpa e desprezando as provas que fizemos da sua inocência. Agora temos que debater o caso também sob a perspectiva da violação da isonomia de tratamento, que é uma garantia fundamental de qualquer cidadão. Esperamos que a explicação para essa tramitação recorde seja a facilidade de constatar a nulidade do processo e a inocência de Lula. Estamos aguardando os dados que pedimos à Presidência do Tribunal sobre a ordem cronológica dos recursos em tramitação. Esperamos obter essas informações com a mesma rapidez a fim de que possamos definir os próximos passos”.

Com essa nota, o advogado do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva questiona a informação de que o julgamento dele tramita tão rapidamente em segunda instância no Tribunal Regional Federal da 4a região, em Porto Alegre. A data de 24 de janeiro, marcada para o primeiro encontro, coincide com o momento em que Dona Marisa Letícia foi internada por causa de um AVC.

Perícia detecta autenticidade de recibos

A defesa de Lula também divulgou informação de que perícia constatou a autenticidade de recibos apresentados na investigação de São Bernardo do Campo. De acordo com o laudo do perito Celso M. R. Del Picchia, — membro Emérito da Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo, da IAFS – International Association of Forensinc Sciences, da ABC – Associação Brasileira de Criminalística e da Asociación Latinoamericana de Criminalística, as assinaturas constantes dos recibos são autênticas.

“É possível afastar, categoricamente, a hipótese de que os recibos tenham sido impressos e assinados em uma única oportunidade, ou seja, podemos atestar que as peças em fulcro foram produzidas e firmadas em diferentes períodos”, atesta Celso Picchia.

Para o advogado Cristiano Z. Martins, as provas produzidas pela defesa desmontam a tese sustentada na denúncia de que o apartamento teria sido comprado com recursos provenientes de contratos firmados pela Petrobras e que Lula seria o proprietário do imóvel.