Cármen Lúcia se reúne com presidente do TRF4 para debater julgamento de Lula

Esquema de segurança chega a cortar expediente de órgãos próximos ao Tribunal Regional Federal




FonteSul 21 - Agência Brasil

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), desembargador Thompson Flores, foi hoje (15) ao gabinete da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para discutir providências sobre ameaças recebidas pelos desembargadores que julgarão, no próximo dia 24, em Porto Alegre, o recurso contra a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Thompson Flores deixou o STF sem falar com a imprensa, após reunião de pouco mais de uma hora com Cármen Lúcia, que preside também o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que tem um departamento para cuidar da segurança de magistrados. O desembargador tem encontros marcados também com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, e com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

No início de janeiro, Thompson Flores enviou ofício à Cármen Lúcia e a outros órgãos, como a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal (PF), para que fossem investigadas as ameaças recebidas pela internet e por telefone, direcionadas ao TRF4 e aos três desembargadores que julgarão o recurso de Lula: João Gebran Neto, relator; Victor Laus e Leandro Paulsen.

Na semana passada, o presidente do TRF4 assinou uma portaria suspendendo o expediente e dispensando funcionários de comparecem ao Tribunal no dia do julgamento de Lula. Preocupado com a segurança, ele também se reuniu com deputados do PT, a quem pediu cooperação para manter pacíficas as manifestações previstas em Porto Alegre, onde fica a sede da corte recursal.

Expediente suspenso

A pedido do secretário estadual de segurança pública do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer, nenhum dos órgãos que tem sede no entorno do Tribunal Regional Federal da 4ª Região deverá ter expediente durante os dias de julgamento do processo que tem como um dos réus o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.

Sem entrar em detalhes sobre como irá funcionar o esquema de segurança no perímetro, Schirmer disse que, além do próprio TRF4, que já anunciou a suspensão de expediente, mantendo trabalhos apenas da turma responsável por analisar o recurso do processo, o Ministério Público Federal e a Câmara de Vereadores também já teriam garantido a suspensão das atividades.

O secretário estaria ainda em tratativas com o governo federal para que órgãos como o Ministério da Agricultura e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) também parem nestes dias.

“Tenho falado com o ministro da Justiça e com o chefe do gabinete de segurança institucional da Presidência da República, com o ministro da Defesa e, claro, estamos todos atentos. O que não se quer, de maneira alguma, é violência no dia do julgamento”, declarou ele ao Sul21.