Filme sobre o golpe estreia no Festival de Berlim

O documentário "O Processo", de Maria Augusta Ramos, traz bastidores do impeachment que destituiu Dilma Rousseff em 2016.





Cena de "O Processo", de Maria Augusta Ramos.

A cineasta Maria Augusta Ramos estreará o seu mais novo filme, “O Processo”, no próximo Festival de Berlim. O longa-metragem documental aborda o golpe que culminou na destituição de Dilma Rousseff em 31 de agosto de 2016. A diretora acompanhou de perto os bastidores e o passo-a-passo do impeachment, chegando inclusive a participar de reuniões a portas fechadas com a equipe da presidenta, seus aliados e defesa.

“O Processo” – que traz em seu título alusão ao livro homônimo de Franz Kafka, um clássico da distopia judicial – é mais um fragmento de uma obra focada nas relações entre o ser humano e as instituições. São dela os filmes “Justiça” (2004), “Juízo” (2007) e “Morro dos Prazeres” (2013), uma trilogia focada no sistema judiciário brasileiro.

Contudo, se engana quem possa esperar um filme recheado de entrevistas ou qualquer tipo de posicionamento por parte dos envolvidos. Maria Augusta Ramos é herdeira de uma escola cinematográfica afeita à observação. Sua câmera, tanto quanto possível, não intervém nos ambientes em que adentra, tentando extrair daí o que há de mais factual.

Além de “O Processo”, outros filmes brasileiros compõem a seleção do Festival de Berlim deste ano que acontece entre 15 e 25 de fevereiro. São eles: “Aeroporto Central” (co-produção Brasil-Alemanha), de Karim Aïnouz, “Ex Pajé”, de Luiz Bolognesi, “Bixa Travesty”, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman, e “Tinta Bruta”, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher.