Municipais levam campanha de lutas às ruas de Curitiba

Com lançamento de milhares de jornais e assembleia, Sismuc dá o start à campanha que denuncia gestão de Greca




FontePedro Carrano

Foto: Giorgia Prates

“Eu também quero o meu jornal!”

Essa frase foi muito comum na manhã de hoje (22), no centro e nos bairros de Curitiba, dita por jovens, ambulantes, trabalhadoras, idosos, e, em especial, por servidores do município.

Hoje foi uma manhã ensolarada na qual os servidores municipais divulgaram sua campanha de lutas, “Mexeu com você, mexeu comigo”, na capa do jornal tabloide Brasil de Fato Paraná.

Com distribuição gratuita, a edição de número 70 chegou às ruas da capital com 25 mil exemplares, e mais 10 mil distribuídos no interior do estado, somando ao todo 35 mil exemplares no Paraná. Tratam-se de 15 mil periódicos a mais que a tiragem padrão, de 20 mil semanais.

O aumento do número de exemplares nesta semana é resultado da parceria do Brasil de Fato com o Sismuc, que lançou a campanha de negociação coletiva da categoria com um anúncio na capa e na página 2.

“Chegamos a todas as regiões e jornalismo com linha editorial voltada às pautas dos trabalhadores e trabalhadoras. E o anúncio do Sismuc converge neste mesmo sentido, por ser publicidade de interesse público, preocupada em informar e mobilizar a categoria dos servidores para a luta legítima por direitos”, explica Ednubia Ghisi, editora do Brasil de Fato Paraná.

Sismuc na vanguarda

Com a distribuição de 25 mil jornal em Curitiba, foi também ultrapassado o alcance do maior jornal gratuito de circulação da capital, que hoje tem tiragem de 24 mil nas quintas-feiras. Trata-se, então, de um número inédito para um jornal alternativa e dos trabalhadores.

“O Sismuc optou em fazer o lançamento da nossa campanha de lutas em um veículo de grande circulação, como é hoje o Brasil de Fato Paraná. Era um desejo antigo da categoria, entendendo que queremos nossa campanha hoje nas mãos do povo trabalhador, denunciando a má administração do prefeito Greca”, explica Soraya Cristina, da coordenação do Sismuc.

Circulação nos locais de trabalho

A parceira com o Sismuc aponta a credibilidade do jornal com a população curitibana e paranaense. O Brasil de Fato Paraná está há dois anos circulando em 26 cidades do Paraná. Na capital, geralmente, o jornal circula com oito distribuidores no centro, bem como em associações de bairro no Xaxim, Sabará e Fazendinha.

Agora, com a parceria, o jornal esteve presente por toda a Curitiba: em uma manhã, 18 distribuidores levaram as páginas com as lutas dos trabalhadores até os seguintes locais:

Cmei Nice Braga, UPA e Rua da Cidadania Fazendinha, Instituto Curitiba de Saúde (ICS); terminal e Rua da Cidadania do Carmo; UPA e Rua da Cidadania do Fazendinha; UPA Pinheirinho; UPA Sitio Cercado; UPA Boa Vista e UPA Cajuru – além dos pontos no centro da cidade (Rui Barbosa, Boca Maldita, Santos Andrade, Carlos Gomes, Guadalupe).

“Mais do que a entrega, o que diferencia o nosso trabalho é a qualidade da distribuição do jornal, porque a equipe é profissional e ao mesmo tempo composta de jovens militantes, que têm energia para debater a situação do país e da cidade com a população”, afirma Clara Lume, responsável pela distribuição do jornal.

Campanha do sindicato aponta retrocessos e chama povo à luta

Campanha de Lutas

No mesmo dia, à noite, às 19h, na sede do Sismuc, assembleia dos servidores lança a campanha de lutas “Mexeu com você, mexeu comigo”, que será protocolada no dia 7 de março, às 16h, na sede da prefeitura.

“Tanto servidores como trabalhadores da iniciativa privada estão sofrendo os mesmos problemas, vindos da elite dominante do país. Temos que pensar na unidade da classe trabalhadora, não somos diferenciados do ponto de vista de classe. Somos todos trabalhadores”, ressalta Irene Rodrigues, coordenadora-geral do Sismuc.

Esta experiência inédita e pioneira pode servir de exemplo para o restante do sindicalismo. Gerando, em tempos de perdas de direitos, um mídia democrática, popular, preocupada com o direito daqueles que trabalham.

“Espero que essa experiência seja repetida e que outras entidades sindicais e sociais ultrapassem a barreira do discurso e coloquem a comunicação na centralidade de seus investimentos”, provoca o editor e jornalista do Sismuc, Manoel Ramires.