Duas pessoas são baleadas em ataque contra acampamento Marisa Letícia

Um dos feridos foi levado em estado grave para o hospital com um tiro no pescoço





Marca de um tiro em um dos banheiros químicos do acampamento. Foto: Gibran Mendes

Na madrugada deste sábado (28), o acampamento Marisa Letícia, localizado na rua Padre João Wislinski, 260, no bairro Santa Cândida, em Curitiba, onde dormem integrantes da vigília Lula Livre, foi atacado a tiros por volta das quatro horas da madrugada.

Duas pessoas foram feridas, uma delas está hospitalizada. Vindo de São Paulo, foi prontamente encaminhado ao hospital em estado grave com um tiro no pescoço. A autoria do ataque a tiros ainda não foi identificada até o momento. A polícia está neste momento fazendo os registros necessários.

A informação de pessoas que estavam no acampamento aponta que havia movimentação de carros passando em frente ao local desde às duas da madrugada, gritando palavras de ordem e provocações.

“Ele estava consciente, sem risco de risco de vida, perdeu bastante sangue, a bala perfurou, mas não ficou alojada. No acampamento estávamos na porta na segurança, um carro passou e voltou atirando”, informa o segurança que estava no local e acompanhou uma das vítimas ao Hospital do Trabalhador.

Movimentação pela manhã no acampamento Marisa Letícia. Foto: Gibran Mendes

Nota de repúdio

Por meio de nota, as diversas organizações e movimentos sociais que integram a vigília Lula Livre repudiaram de forma veemente o ataque. “A sorte de não ter havido vítimas fatais não diminui o fato da tentativa de homicídio, motivada pelo ódio e provocação de quem não aceita que a vigília é pacífica, alcança três semanas e vai receber um Primeiro de Maio com presença massiva em Curitiba. Não nos intimidarão!”, diz trecho da nota.

Para os organizadores, o atentado é uma crônica anunciada. A coordenação afirma que vem cobrando maior policiamento desde o acordo feito para mudança do local acampamento.“Nós desmanchamos o acampamento cumprindo ordem oficial. Fizemos a opção de ir para um terreno e seria garantida a segurança. Agora o que cobramos da Secretaria de Segurança Pública é investigação, que identifique o atirador”, enfatizou Dr. Rosinha, presidente do PT estadual e integrante da coordenação da vigília.

As entidades afirmam que a programação da vigília seguirá. “A cada dia vai se tornando cada vez mais impressionante como, mesmo preso, a figura do ex-presidente Lula, a força moral que ganha, as denúncias contra a injustiça de sua prisão, tudo isso causa desespero nos seus algozes”, segue a nota.

Ao fim do documento, as organizações conclamam a sociedade e as pessoas que prezam pela democracia, pelo livre direito à expressão, pela diversidade de vozes na política, que somem-se a vigília.