Para o filósofo José Arthur Giannotti, O PSDB não é mais um partido e está morto. A afirmação foi dada ao repórter Naieff Haddad em entrevista à Folha de São Paulo nesta segunda-feira (4). Giannotti, que é professor aposentado pela USP, lançou recentemente o livro “Os Limites da Política” (ed. Companhia das Letras) em co-autoria com Luiz Damon Santos Moutinho, professor de Filosofia da Ufscar. O livro aborda o papel da política no mundo contemporâneo frente ao capitalismo.
Giannotti afirmou que o PSDB não é mais um partido em referência ao fato de ainda integrar a base de apoio do governo Temer.
No entanto, o pesquisador tampouco poupa os partidos de oposição. Ele aponta o PSOL como anacrônico, por ainda pensar na luta de classe com os mesmos princípios do século XIX, e o PT como “populista”, por se focar extremamente no consumo e não no conhecimento. “Não temos estrutura para produzir a tecnologia necessária para o capitalismo moderno”, explica.
O filósofo destaca ainda que a atual crise não é apenas econômica e política. Ele se refere a uma crise de Estado. Para tal, cita o sociólogo Max Weber que dizia que o Estado tem o monopólio do poder. “Nós não temos o monopólio do poder hoje, veja o Rio. É, portanto, uma profunda crise de Estado”, sentencia.