Todos os homens de Beto Richa

Além do caso do pedágio, lembre todos os casos que batem a porta do governador do Paraná





Governador Beto Richa Foto: Arnaldo Alves/ANPr

A 48a ação da Operação Lava Jato bateu às portas do Palácio Iguaçu. Novamente. Dessa vez foram presos o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem no Paraná (DER/PR), Nelson Leal, e o advogado Carlos Nasser, assessor político junto à Casa Civil. A suspeita é de fraude em licitações do pedágio e lavagem de dinheiro na concessão de rodovias do Paraná. Segundo o MPF, no lugar de baixar em 18% os contratos, o governo estadual subiu em 25% o contrato com a Econorte. O governador Carlos Alberto Richa (PSDB), como habitualmente, determinou abertura de processo de investigação. Agora vai investigar o amigo Leal, que foi secretário de obras em Curitiba (aspas para dizer que as obras voltaram fortes em Curitiba) e chefiava o DER desde 2013.

Passagem livre
O diabo do processo de investigação é que Beto Richa também é suspeito nesse caso. A diferença é que, por ter foro privilegiado, a parte que envolve sua conduta está parada lá no STJ. Porque a lei é para todos, mas os tucanos são diferentes.

Bate e volta na Na Casa Civil
A Via Fácil do governo estadual não está abrindo cancelas. O secretário-chefe da Casa Civil do Paraná, Valdir Rossoni (PSDB), também está sendo investigado. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apura caso de peculato e fraude em licitação. O desvio do amigo de Beto Richa em contratos na Assembleia Legislativa chega a R$ 7 milhões. Rossoni, pra quem não conhece, ficou famoso quando Aécio Neves (PSDB) disse que ele havia enlouquecido por cobrar o emplumado mineiro. O mineirinho pediu ao playboy a cabeça do colega de partido. Rossoni ainda é investigado por prevaricação. Quando presidente da Alep, ele segurou por três anos um pedido do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para investigar o governador.

Óleo na pista
Beto Richa também está envolvido na Operação Quadro Negro, que apura desvio de R$ 20 milhões em obras pela Construtora Valor na educação para construção de escolas. Neste caso, no carro de Beto Richa, três pessoas próximas estão sendo investigadas: Deonilson Roldo (secretário de Comunicação e Chefia de Gabinete), Ricardo Rached (assessor da Governadoria) e Ezequias Moreira (secretário Especial do Cerimonial). O próprio governador foi acusado por (PELO)dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, de reclamar do valor da propina: “Só R$ 300 mil”.

Eixo duplo
Aliás, Ezequias Moreira é um velho conhecido do noticiário paranaense desde 2007. Ele ficou famoso com o episódio da sogra fantasma enquanto Beto Richa era deputado estadual. Condenado pelo Tribunal de Justiça a seis anos e oito meses de reclusão, foi abrigado em uma secretaria criada apenas para ele pelo governador.

Carona para o primo
Luiz Abi Antoun, o primo distante de Beto Richa, com certeza não pega carona com o governador há muito tempo. Ou desde que foi condenado a 13 anos de cadeia por fraude em licitação no Departamento de Transportes do Governo do Paraná, na Operação Voldemort. Ao ser condenado, o juiz Juliano Nanuncio, da 3ª Vara Criminal de Londrina, afirmou que Antoun se utilizou de “laranjas” para vencer licitação.

Amigos de Van
Sabe aquele lance de que é necessário ter folha-corrida para participar do governo Temer? Pois é, no Paraná do governador Beto Richa sempre tem alguém enrolado. Vamos ver: Tem o Cássio Taniguchi, que era secretário dele e agora foi para o governo de Santa Catarina. O japonês do Palácio Iguaçu foi condenado por improbidade administrativa por distribuição de material destinado à propaganda política enquanto era prefeito da capital. Ainda tem o rolo com o amigo piloto de kart e ex-inspetor-geral de fiscalização da Receita Estadual, Marcio Albuquerque, condenado a 97 anos de prisão por chefiar esquema de corrupção na Receita Estadual do Paraná. Por fim, e não menos importante, subiu nessa van Marcelo Caramori, fotógrafo que tem tatuado “100% Beto Richa” (nem nisso Temer é original). Ele tinha envolvimento com exploração sexual de crianças e adolescentes.

Carga Pesada
Um áudio entre Joesley Batista e Ricardo Saud, da JBS, colocou Beto Richa no cenário nacional novamente. Ele é chamado de “coitadinho” por pegar baixa propina a vista. Disse Saud: “Os governador, coitadinhos… Beto Richa… Pegou tudo em dinheiro no (ininteligível)… Foi eu aquele (ininteligível) entregar pro Beto… Beto Richa…”