Maria do Rosário denuncia uso do Estado e das leis para prejudicar Lula

Comissão de Direitos Humanos da Câmara pode acionar mecanismo de combate à tortura diante do isolamento do ex-presidente





Durante entrevista coletiva, Maria do Rosário fez um alerta aos meios de comunicação diante da escala do conservadorismo. Foto: Gibran Mendes

Na manhã desta sexta-feira (13), o Acampamento Lula Livre, que reúne centenas de militantes de partidos de esquerda e de diversos movimentos sociais em Curitiba, recebeu a ex-ministra e deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Em ato político, ela denunciou o uso do Estado e das leis para prejudicar Lula e a prisão abusiva do ex-presidente que está em condição de isolamento e tratado como um preso de “alta periculosidade”.

Citando a Declaração Universal dos Direitos Humanos, Maria do Rosário alertou que os direitos humanos de Lula estão sendo feridos desde o julgamento político e imparcial até o cárcere no interior da superintendência da Polícia Federal (PF). Ela adiantou que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara pode acionar o mecanismo nacional de combate à tortura diante do isolamento do ex-presidente. “Lula é um preso político, isso precisa ser denunciado. Ele está sendo tratado como um preso de alta periculosidade. Está em condição de isolamento, em uma prisão abusiva que fere sua condição humana”.

Rosário criticou as arbitrariedades da Justiça Federal de Curitiba, citando especialmente o juiz Sergio Moro. “Tudo em Curitiba se torna mais difícil para o estado democrático diante das atitudes de Moro. A Constituição e a lei de execução penal foram feridas aqui por atitudes autoritárias de um juiz”, disse a deputada, referindo-se a proibição da visita de nove governadores à Lula na PF. “Um juiz que deveria usar da dignidade e de seu cargo para ser imparcial, age como um militante da direita, do PSDB. Ele [Moro] tem ocupado de um espaço público para seu interesse político”.

A representante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara lembrou da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e cobrou respostas ao crime que completa um mês neste sábado (14). Ela rebateu as afirmações costumeiras e pejorativas “que defensores de direitos humanos defendem bandidos”. “Jamais ataquem os direitos humanos, pois os direitos humanos é quando todos os outros direitos falham. Todos os demais direitos falharam com Marielle e estão falhando com o presidente Lula”, apontou.

Ao fim do ato, durante entrevista coletiva, Maria do Rosário fez um alerta aos meios de comunicação diante da escala do conservadorismo no Brasil, afirmando que os veículos de mídia, inclusive os meios tradicionais, serão os primeiros a sofrerem com a censura do estado autoritário que pretende se instalar no país.