Em carta, Lula agradeceu a resistência

Foi a primeira manifestação pública do ex-presidente desde que foi preso no dia 7 de abril





Foto: Leandro Taques

Por meio de uma carta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou-se pela primeira vez desde sua prisão. O documento foi lido na noite desta segunda-feira (16) pela senadora Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, aos militantes do acampamento Lula Livre, montado nas imediações da Polícia Federal. Na carta, o petista disse estar tranquilo, agradeceu a resistência e os gritos diários de “bom dia” e “boa noite”, que fazem parte das atividades da vigília.

“Eu ouvi o que vocês cantaram. Estou muito agradecido pela resistência e presença de vocês neste ato de solidariedade. Tenho certeza que não está longe o dia em que a Justiça valerá a pena. Na hora em que ficar definido que quem cometeu crime seja punido. E que quem não cometeu seja absolvido. Continuo desafiando a Polícia Federal da Lava Jato, o Ministério Público da Lava Jato, o Moro e a segunda instância a provarem o crime que alegam que eu cometi. Continuo acreditando na Justiça e por isso estou tranquilo, mas indignado como todo inocente fica indignado quando é injustiçado. Grande abraço e muito obrigado”, escreveu o ex-presidente.

A legislação permite que Lula se comunique por meio de cartas. Segundo o artigo 41 da Lei de Execução Penal, é direito do preso “ter contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometem a moral e os bons costumes”.

Na tarde desta terça-feira (17) um grupo de 14 senadores de seis partidos visitam o ex-presidente na sede da PF. Pedida pela Comissão de Direitos Humanos do Senado, a visita foi autorizada nesta segunda-feira (16).