Após dois votos pela condenação, julgamento de Meurer é adiado

Deputado do Paraná pode ser o primeiro político condenado pelo STF em razão da Lava Jato





Deputado Nelson Meurer. Foto: Viola Junior/Agência Câmara/Fotos Públicas

Depois de cinco horas de sessão e os votos dos ministros Celso de Mello e Edson Fachin pela condenação, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) adiou para próxima terça-feira (29) a conclusão do julgamento do deputado Nelson Meurer (PP-PR). Restam ainda os votos dos outros três ministros: Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.

A ação penal contra o deputado paranaense é a primeira da Lava Jato a ser julgada no tribunal após quatro anos da operação. Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), o parlamentar e seus filhos Nelson Meurer Júnior e Cristiano Meurer – réus na mesma ação – participaram de esquema de desvio de recursos públicos para beneficiar o Partido Progressista e viabilizar o cartel de empreiteiras interessadas em celebrar contratos irregulares com a Lava Jato. Em troca, eles teriam recebido R$ 357 milhões em vantagens indevidas entre 2006 e 2014.

Conforme a denúncia, a compensação do acordo teria sido a manutenção de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Costa e o Alberto Youssef teriam enviado recursos para contas pessoais do parlamentar. Os filhos teriam ajudado no recebimento e ocultação dos valores.

Caso mais um dos três ministros tenha a mesma posição de Mello e Fachin, Nelson Meurer será o primeiro político condenado no STF em razão da Lava Jato. A defesa do parlamentar paranaense contesta as acusações continas na denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) e afirma que não há elementos que justifiquem uma condenação.